É válido comparar o que está apostando no Rio Grande do Sul com uma guerra, principalmente quando se considera dois elementos fundamentais em qualquer exército combatente: o contingente e o comando. Nesses dois pontos, essa tragédia sem comparação demanda enormes cuidados.
Começando pelo contingente que está trabalhando na linha de frente, calcula-se que uma grande proporção de pessoas ajudando são voluntários com uma enorme disposição, vontade e espírito de sacrifícios. Muitos não comem direito, não descansam direito há dias, enquanto a chuva não para e os rios seguintes subindo.
O outro item que precisa ser observado com cuidado é o comando. Principalmente as cidades pequenas estão muito aquém de conseguir dar respostas para a crise humanitária, de abastecimento, de infraestrutura, de finanças, de saúde e de segurança pública.
Especialistas alertam para o fato de que a questão, no momento, já não é mais saber quanto dinheiro vai ser liberado quando, mas como fazer chegar a ajuda certa na hora certa no lugar certo.
As dificuldades não são culpa de um ou de outro indivíduo ou político, não importa que carga ocupem. É de uma estrutura governamental, burocrática e institucional que claramente não é adequada ao tamanho, à urgência e à gravidade da catástrofe.
E estamos ainda apenas na primeira fase de um evento desse tipo, que é sair do olho do furacão. O que vem pela frente será mais difícil ainda.
E não custa repetir: a luta dos gaúchos é de todos nós brasileiros.
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