Edmundo Gonzalez se prepara para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas, que serão realizadas em 28 de julho.
Ao ser nomeado candidato, González manteve a linha discursiva de Maria Corina Machado. Um ex-deputado não pôde inscrever-se como candidato à Plataforma Democrática Unitária devido a uma sanção administrativa imposta pela Controladoria-Geral da República, cuja validade foi referendada pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Machado havia expressado seu plano de governo em um documento denominado “Venezuela, terra de graça”. Como confirmou a campanha de González à CNNo candidato montará sua proposta com base nesse plano e em outro documento intitulado “Diretrizes de Políticas Públicas para um Programa de Governo de Governo de Unidade Nacional”.
González pretende “promover medidas de recuperação econômica, social e institucional” como proposta central, segundo disse à CNN.
Suas principais medidas, caso ganhem as eleições, reduziriam a inflação, que atualmente chega a 64% na comparação anual, e melhorarão a mudança, “para que a moeda não se desvalorize”.
Referindo-se às ações que poderão ser tomadas relativamente aos líderes do atual governo, González garantiu “que a justiça terá de intervir” e que há vários caminhos a seguir. Entre eles, uma anistia.
“Em todas as transições e crises políticas, existem acordos de anistia e de justiça transicional. Todos os países que passaram por situações como a nossa acabaram por concedê-la, por isso não exclui que pensamos tomar uma medida semelhante na Venezuela”, disse à Venezuela. CNN.
Ele procuraria também restaurar a confiança nas instituições do poder, como o Judiciário.
Outro aspecto que González trabalharia caso ganhasse a presidência é a melhoria do sistema de saúde primário. Sua proposta visa “planejar políticas, estratégias e ações de gestão para satisfazer a demanda e necessidades da população”.
Além disso, procuraria “corrigir a ineficiência, impedir e punir a corrupção”.
Fontes próximas do candidato disseram à CNN que ele está afinando os detalhes finais de sua proposta de governo.
Quem é Edmundo González?
O diplomata de 74 anos é o candidato presidencial da Plataforma Democrática Unitária (PUD), aliança que reúne os principais partidos e líderes da oposição na Venezuela.
É analista internacional, foi membro do Conselho Editorial Internacional do jornal El Nacional e fez parte da Mesa Redonda da Unidade Democrática, aliança que reuniu os mais importantes partidos da oposição antes da formação do PUD, como presidente do seu conselho diretivo.
Formou-se internacionalista pela Universidade Central da Venezuela e concluiu o mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Americana de Washington, segundo seu perfil no Instituto Fermín Toro de Estudos Parlamentares, centro de estudos onde coordena o Grupo de Trabalho e Monitoramento do Sistema Internacional.
Nascido em 1949, Edmundo González também foi diretor da Comissão de Coordenação e Planejamento Estratégico do Ministério das Relações Exteriores. Entre 1991 e 1993, durante os mandatos de Carlos Andrés Pérez e Ramón José Velásquez, foi embaixador na Argélia. Posteriormente, atuou como diretor geral de Política Internacional do Ministério das Relações Exteriores, de 1994 a 1998. Foi então embaixador na Argentina entre 1998 e 2002 e apresentou-se no cargo durante os primeiros anos do mandato de Hugo Chávez.
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