Em meio às discussões sobre um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia, a Europa surge como um potencial quarto ator geopolítico global, segundo o professor Vitélio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Universidade de Harvard.
O Papel da Europa nas Negociações de Paz
Em entrevista à CNN, Brustolin analisou as expectativas para um acordo de paz e o papel estratégico dos países europeus no cenário global.
O especialista destacou a importância de não ceder às pressões de Vladimir Putin, especialmente no que diz respeito à presença de tropas europeias na Ucrânia após um eventual armistício. Segundo ele, essa medida é crucial para evitar que o presidente russo continue sua política expansionista na região.
Investimento Bilionário em Defesa Fortalece a Europa
Um dos pontos centrais abordados por Brustolin foi a proposta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de investir 800 bilhões de euros em defesa.
De acordo com o especialista, essa decisão posiciona a Europa como uma potência geopolítica global, aumentando sua influência internacional.
“Se a Europa realmente se armar dessa forma, veremos um fortalecimento significativo do continente”, explicou Brustolin.
O pesquisador ressaltou que essa corrida armamentista tem sido impulsionada pela desconfiança dos europeus na capacidade dos Estados Unidos de garantir sua segurança, especialmente diante da possibilidade de um ataque a um país-membro da OTAN.
Ele também apontou que alguns acadêmicos argumentam que as ações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, estão, ironicamente, ‘fazendo a Europa grande novamente’, ao contrário do slogan de sua campanha, ‘Make America Great Again’.
Preocupação com a Expansão Russa e Apoio à Ucrânia
Brustolin alertou que o fortalecimento da Europa levará anos, mas reflete uma preocupação crescente de que a Rússia não se limitará à Ucrânia em seus planos expansionistas.
No último sábado (15), um encontro virtual de líderes mundiais, organizado pelo Reino Unido, demonstrou o crescente esforço das potências ocidentais para apoiar a Ucrânia em um cenário pós-conflito.