A Justiça da Bahia determinou, nesta quarta-feira (1º), que seja feita a reintegração de posse da fazenda de monocultivo de eucalipto da empresa suzanolocalizada na cidade de Mucuri, que foi invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)na última segunda-feira (27).
O juiz Renan Souza Moreira ainda prevê uma multa de R$ 5.000 por dia aos membros do MST caso eles ocupem outras áreas vizinhas da fazenda.
Agora, o movimento tem quinze dias úteis para apresentação da resposta da ação.
Foi autorizado ainda o uso de força policial, caso seja necessário, para a reintegração. Cabe ao Governo da Bahia colocar em prática a medida.
Outras duas fazendas da companhia foram ocupadas em Teixeira de Freitas e Caravelas. Há mais ações na Justiça.
Segundo informações do analista de economia da CNN Raquel Landim, na próxima semana, fará uma reunião entre o governador federal e os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT)e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB)estados em que há áreas ocupadas desde o governo Dilma Rousseff (PT).
O MST foi procurado pela CNNque aguarda seu posicionamento.
Entenda o caso
O MST invadiu, na madrugada desta segunda-feira, três fazendas de monocultivo de eucalipto da Suzano em Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no estado da Bahia.
Uma quarta propriedade de nome Fazenda Limoeiro, na cidade de Jacobina também foi ocupada. Segundo o MST, ela está aguardando há 15 anos.
De acordo com o movimento, cerca de 1.700 famílias “reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária, tendo em vista que estas propriedades atualmente não estão cumprindo sua função social”.
Ainda dizem que o ato “também é uma denúncia contra a monocultura de eucalipto na região, que vem crescendo nas últimas décadas. E o uso de agrotóxicos pela empresa, que prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e o êxodo rural causado pela monocultura do eucalipto na região.”
E denuncia os problemas de crise hídrica nos municípios devido à produção em grande escala de eucalipto e à pulverização da área.
Procurada pela CNNa Suzano afirma que as ações “violam o direito à propriedade privada e estão sujeitas à adoção de medidas judiciais para reintegrar a posse dessas áreas.”
A empresa diz que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas nas áreas onde mantém atividades de trabalho. Cita que em suas operações são o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, em que reforçam o compromisso com as comunidades locais e o meio ambiente.
“Especificamente no sul da Bahia, a empresa gera aproximadamente 7.000 mil empregos diretos, mais de 20.000 postos de trabalho indiretos e beneficia cerca de 37.000 pessoas pelo efeito renda, conforme metodologia adotada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Indústria Brasileira de Árvores ( IBÁ)”, explicam.
(*Publicado por Douglas Porto)
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