Após sua indicação como candidata, Corina Yoris, impedida de se inscrever no sistema eleitoral para o pleito presidencial que será realizado em 28 de julho na Venezuela, a líder opositora María Corina Machado disse nesta terça-feira (26) que o governo de Nicolás Maduro escolheu os candidatos que puderam ser inscritos.
“Se o regime escolhe os candidatos, não são eleições”, disse Machado, afirmando que até depois da meia-noite desta terça, prazo final para as inscrições de candidatos, a Mesa de Unidade Democrática (MUD) não conseguiu registrar seu aspirante à presidência , Corina Yoris.
A sigla Um Novo Tempo (UNT), no entanto, que também apoiou Yoris como candidato ao lugar de Machado – que está impedido de concorrer a cargas públicas por 15 anos – e pertence ao bloco opositor Plataforma Unitária, acabou inscrevendo o governador do estado de estado de Zúlia, Manuel Rosales Guerreiro, como candidato presidencial.
“A UNT sempre esteve firme com a Plataforma Unitária e acompanhou cada um dos processos políticos que nos levaram à primária [opositora] de 22 de outubro, na qual foi eleita María Corina Machado”, explica a sigla em comunicado divulgado nesta terça.
O partido opositor explicou, no entanto, que “por situações ainda não explicadas, as forças opositoras estavam a caminho de ficar fora da corrida eleitoral e algo em que fomos claros e firmes é que a abstenção não é uma opção”.
“Como golpe partido comprometido com a rota eleitoral, ainda nas piores condições, tomamos uma decisão valente, histórica e responsável”, complementou a sigla, sobre a inscrição do seu candidato, que fundou a UNT, apoiou o contra o ex-presidente Hugo Chávez em 2002 e competiu nas eleições presidenciais em 2006 contra o chefe do Estado venezuelano falecido.
Quando questionado sobre um possível apoio a Rosales, Machado expressou em coletividade, reiteradas vezes, que sua candidatura é Corina Yoris, apesar de ela não ter conseguido se registrar.
Procurada pela CNN, a UNT não respondeu se houve consenso com o bloco opositor Plataforma Unitária sobre a candidatura de Rosales. María Corina, no entanto, questionou a comunidade internacional se realmente são eleições se “milhões” de venezuelanos que não estão conseguindo se inscrever no exterior e no país, os candidatos opositores são impossibilitados de se inscrever e se “o regime escolhe seus candidatos”.
“Essas são perguntas que hoje cada membro da comunidade internacional que acompanhou o Acordo de Barbados e que quer um desfecho pacífico constitucional tem que se fazer”, disse o opositor, sobre a negociação entre o governo e a oposição, assinada no final do ano passado, para que haja garantias eleitorais para a realização de um processo transparente para o pleito presidencial deste ano na Venezuela.
Segundo a CNE, pelo menos 10 candidatos poderão se registrar para as eleições de 28 de julho, entre eles Nicolás Maduro, que concorrerá ao seu terceiro mandato presidencial.
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