O Quênia está no meio de protestos nacionais contra propostas de aumentos de impostos, culminando num planejado “fechamento total” do país nesta terça-feira (25).
Nas manifestações, desencadeadas pela Lei das Finanças de 2024, os cidadãos reuniram-se sob a bandeira dos “7 Dias de Fúria”, à medida que a nação enfrenta mais dias de convulsão.
O presidente William Ruto disse que quer dialogar com os manifestantes e que é “orgulhoso” deles. No entanto, as forças de segurança foram acusadas de raptar quenianos proeminentes, especialmente aqueles que têm grandes seguidores nas redes sociais.
A Anistia Internacional do Quênia afirma estar investigando o desfile de até 12 pessoas que foram “sequestradas no meio da noite” antes dos protestos desta terça.
A lista inclui blogueiros, criadores de conteúdo, defensores dos direitos humanos, um médico e um funcionário parlamentar, disse à CNN o diretor executivo de Anistia Quénia, Irũngũ Houghton.
“Estamos horrorizados com alguns dos testemunhos que ouvimos nas últimas 24 horas. Temos cerca de 12 pessoas desaparecidas que foram detidas, em muitos casos, por pessoas uniformizadas ou não uniformizadas”, disse Houghton, acrescentando que não recebeu assistência jurídica e as suas famílias não sabiam o seu paradeiro.
“Agora estamos vendendo não apenas sequestros, mas desaparecimentos”, disse ele. A CNN Entrei em contato com a polícia queniana para comentar, mas por enquanto não houve resposta.
Os protestos ocorrem no momento em que a posição do Quênia ganha proeminência global, já que o presidente dos EUA, Joe Biden, designou o país como um “grande aliado não pertencente a Otan” na segunda-feira, marcando a primeira vez que uma nação da África Subsaariana recebeu este estatuto.
Em maio, Biden anunciou sua decisão de elevar o Quênia a esta designação ao receber o Presidente Ruto na Casa Branca para uma grande visita de Estado, comemorando 60 anos de relações diplomáticas entre as duas nações.
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