Negociadores de alto escalão do Irã e dos Estados Unidos retomaram, neste domingo (11), as conversas sobre o Programa Nuclear de Teerã. O movimento representa um esforço para promover a estabilidade no Oriente Médio.
Embora Teerã e Washington tenham afirmado preferir a diplomacia para resolver a disputa que já dura décadas, as partes permanecem profundamente divididas em relação a várias “linhas vermelhas” estabelecidas pelos negociadores ao longo de mais de um ano de conversas esporádicas.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, e o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, conduzem a quarta rodada de negociações em Mascate, por meio de mediadores omanenses. Washington tem assumido uma postura dura em público, o que, segundo autoridades iranianas, não auxilia nas negociações.
Antes de partir para Mascate, Araqchi expressou esperança em negociações “construtivas”, ressaltando a preservação das posições de princípio da República Islâmica do Irã. Witkoff havia declarado na última quinta-feira (8) que a linha vermelha de Washington inclui “sem enriquecimento” e o “desmantelamento completo das instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordow e Isfahan”.
Em reação aos comentários de Witkoff, Araqchi afirmou no sábado (10) que o Irã não comprometeria seus direitos nucleares, incluindo o enriquecimento de urânio. O Irã mantém uma posição baseada em princípios claros, com suas atividades de enriquecimento continuando sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Teerã está disposta a negociar algumas restrições à sua atividade nuclear em troca do levantamento das sanções, mas não abrirá mão de seu direito ao enriquecimento ou de suas reservas de urânio, considerando essas como linhas vermelhas inegociáveis. Nas ruas de Teerã, iranianos manifestaram esperança em um resultado pacífico para as negociações, mas demonstraram cautela em relação às táticas de negociação agressivas dos EUA.
