A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), a Operação Descrédito, com o cumprimento de 15 mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu em Belo Horizonte, cidades da Região Metropolitana, Montes Claros (Norte de Minas) e São Sebastião do Paraíso (Sul do estado).
A operação tem como alvo uma organização criminosa composta por, no mínimo, 18 integrantes, incluindo gerentes e ex-gerentes bancários, falsificadores de documentos e intermediários. O grupo é acusado de aplicar fraudes milionárias, com um prejuízo estimado em mais de R$ 20 milhões, utilizando dados de pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o delegado Rafael Gomes, responsável pela investigação, a quadrilha operava de forma estruturada e hierarquizada:
“Havia um coordenador responsável por distribuir os documentos falsificados a pontos estratégicos, onde gerentes de instituições financeiras atuavam para liberar empréstimos em nome das vítimas”, explicou.
Em um dos casos investigados, um empréstimo de R$ 500 mil foi feito em nome de uma moradora da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que só descobriu a fraude ao ser surpreendida com uma cobrança. Em outro exemplo, um golpe de R$ 100 mil foi aplicado contra um morador de São Sebastião do Paraíso.
As investigações começaram em setembro de 2024, após uma das vítimas procurar a delegacia de São Sebastião do Paraíso. Em outubro do mesmo ano, um dos principais articuladores da quadrilha foi preso em Belo Horizonte.
De acordo com o delegado regional Tiago Bordini, as fraudes atingiram não apenas as vítimas cujos nomes foram usados, mas também instituições financeiras:
“As instituições também sofreram prejuízos diretos, pois foram enganadas com o uso de documentos falsos, muitas vezes com a conivência de seus próprios funcionários”, afirmou.
Como resultado da operação, a polícia determinou o bloqueio de 97 contas bancárias, além da quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados. Entre os presos, estão quatro gerentes bancários em atividade, dois ex-gerentes, além de falsificadores e operadores do esquema.
Três dos presos confessaram participação no esquema, sendo que um deles admitiu ter aberto cerca de 40 contas fraudulentas, recebendo 10% de comissão sobre os empréstimos liberados.
A PCMG informou que segue analisando os materiais apreendidos, como celulares, computadores, documentos e cartões bancários virgens, e já planeja uma nova fase da operação, com possibilidade de novos envolvidos e vítimas serem identificados.