As ações ordinárias da Petrobras despencaram em quase 10% no pregão encerrado na última quarta-feira (14), com uma perda estimada em mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado.
A queda só não foi maior que a registrada em 22 de fevereiro de 2021, quando a saída de Roberto Castello Branco acirrou os rumores de uma interferência política do governo Jair Bolsonaro (PL) no cerne da estatal.
Desde o pico de R$ 520,6 bilhões em valor de mercado no último dia 21 de outubro, a Petrobras perdeu mais de R$ 219 bilhões — o equivalente a praticamente uma Ambev inteira, que, considerada a negociação de fechamento de suas ações na quarta, vale hoje R$ 238 bilhões.
A justificativa para o tombo recai na volta do fantasma da interferência política nas empresas públicas, aflorado pela mudança térmica na Lei das Estatais na noite da última terça, na Câmara dos Deputados.
Por causa da indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), parlamentares apoiam a mudança no chamado período de quarentena de 36 meses para 30 dias — o que, na leitura de analistas de mercado, é entendido como um enfraquecimento da Lei das Estatais.
Apesar das alterações ainda precisarem passar pelo Senado, a movimentação já traz um sinal muito ruim aos investidores, à medida que acirra temores de uma postura intervencionista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na maior empresa do país.
No episódio desta quinta-feira, o CNN Money se debruça sobre as causas e consequências do tombo histórico da Petrobras, além das repercussões da alta de juros pelo Federal Reserve System (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em 0,5 pp
Apresentado por Thais Herédia e Priscila Yazbek, o Dinheiro da CNN apresenta um balanço dos assuntos do noticiário que influenciam os mercados, as finanças e os rumores da sociedade e das dinâmicas de poder no Brasil e no mundo.
*Publicado por Tamara Nassif
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