Ocorreram três vezes mais roubos do que os registrados em delegacias no país, segundo um estudo feito pelo Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre o acompanhamento dos indicadores de crime e violência no Brasil.
De acordo com a pesquisa, a taxa de roubos é de 2.226 para cada 100 mil habitantes, enquanto os registros de roubos nas delegacias são de 683 para cada 100 mil habitantes. Isso significa que roubos ocorrem 3,2 vezes mais do que os registrados oficialmente.
A análise foi feita com base nos dados dos Anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do suplemento da PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre vitimização realizada no último trimestre de 2021.
Sensação de segurança
O estudo também demonstrou a percepção dos brasileiros em relação à segurança, como a alta ou média chance de serem assaltados ou roubados.
Entre os entrevistados, o Distrito Federal se mostrou com a unidade da federação com as pessoas se sentindo mais inseguras. Em seguida, estão Rio de Janeiro e São Paulo. Os três estados foram onde as pessoas informaram que mais adaptaram seu comportamento para evitar serem vítimas dos crimes.
No Distrito Federal, 55% dos moradores percebem alta ou média chance de assaltos na rua, enquanto esse índice é de 47% no Rio de Janeiro e 46% em São Paulo. Já a taxa de brasileiros que contam alta ou média a chance de serem assassinados é de 20%, 19% e 16%, respectivamente.
Medo de estar em tiroteio
Já em relação ao medo de estar em um tiroteio, o Rio de Janeiro foi o mais significativo entre os três. 31% dos fluminenses dizem esse medo enquanto o dado do Distrito Federal é de 22% e São Paulo, 17%.
De acordo com o relatório, foi possível observar uma redução significativa na redução das taxas de mortes violentas intencionais (MVI), caindo de 32 a cada 100 mil habitantes em 2017 para 23 em 2022. Segundo os pesquisadores, a redução pode ser atribuída à queda na taxa de mortes no Norte e Nordeste, mesmo com o restante do país contabilizando aumento.
Entre os estados, a situação mais alarmante é na Bahia. “Os números revelam que as duas regiões ainda mantêm as maiores taxas de MVI por estado e capital, destacando-se Salvador, com uma taxa de 66, e a Bahia, com 47”, escreveram os responsáveis pelo estudo.
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