Duas famílias e um homem repatriados da Faixa de Gaza deixaram, na noite desta quarta-feira (15), o abrigo providenciado pelo governo federal no interior de São Paulo, onde 22 brasileiros e palestinos chegaram na tarde de hoje.
O grupo de nove pessoas fica em um hotel localizado na região do Cambuci, zona sul de São Paulo, providenciado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e pela ONG Refúgio Brasil.
De acordo com o presidente da Fepal, Ualid Rabah, as acomodações no centro de São Paulo já estavam disponíveis para o grupo antes da chegada deles na segunda-feira no Brasil. Porém, os repatriados mudaram primeiro ao abrigo preparado pelo governo.
“O local preparado pelo governo é mais distante, em área semirrural. Parte deles já morreu em São Paulo e preferiu já vir para a capital logo e aproveitar os dias úteis para recomeçar a vida após o que passou”, disse Rabah.
De acordo com relatos à CNN, entre os que decidiram são famílias com crianças e uma grávida. As condições de saúde também foram constituídas para que decidissem deixar o local ainda na noite desta segunda-feira.
Segundo o presidente da Fepal, a instituição só tomou a iniciativa de preparar uma acomodação depois do governo de providenciar um abrigo. “Nós já estávamos buscando estatísticas positivas em São Paulo, imaginando que algumas optassem por ficar (na capital) ou precisasse retornar rapidamente ao abrigo. Não houve concorrência.”
Procurada pela CNNa Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que os repatriados continuarão sendo atendidos independentemente de onde ficarão abrigados.
“Todos serão assistidos pelo governo federal pelo tempo que for necessário e não há prazo limite estabelecido. Nove pessoas de três famílias optaram por deixar o abrigo. Eles receberam convite de estadia de famílias palestinas em São Paulo e decidiram aceitar”, confirmou a Senajus.
Nessa tarde, o abrigo, especializado em refugiados, recebeu 22 pessoas, de sete famílias, que poderiam ficar em unidades individuais, com quartos e banheiros, refeitório para alimentação e espaço para convivência.
O grupo que decidiu ficar no abrigo poderá ficar no local por tempo indeterminado, já que pediu ajuda para não terem onde se instalar no Brasil.
Situado na zona rural, o local tem espaço administrativo, salas de aula, áreas de lazer e alojamentos. O espaço funcionava como uma espécie de hotel fazenda, mas foi reformado para receber refugiados.
Atualmente, há 119 afegãos no local, que tem vagas para 160 pessoas. Já passou por lá também venezuelanos e haitianos.
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