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“Não teremos problemas com o Brasil“, diz à CNN braço-direito de Milei

O principal interlocutor do governo brasileiro na campanha de Javier Milei, Guillermo Francos, disse à CNN que uma eventual vitória do ultralibertário não afetará a relação entre Brasil e Argentina.

“A relação entre Brasil e Argentina sempre será positiva. Estamos destinados a sermos sócios permanentes. Não teremos problema com isso”, disse à CNN.

Questionado sobre as polêmicas declarações de Milei sobre Lula e sobre as relações com o Brasil, Francos disse haver muitos ruídos que já foram esclarecidos por ele as autoridades brasileiras.

“Conversei já com autoridades brasileiras para esclarecer alguns conceitos que durante a campanha se tornam muito ruidosos”, afirmou.

Nesta segunda-feira (13), a CNN revelou que autoridades brasileiras vinham se aproximando da campanha de Milei.

Uma fonte graduada do Itamaraty confirmou que uma conversa foi travada entre os embaixadores do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, e Guillherme Francos, que também confirmou a informação.

Para ele, a relação entre Brasil e Argentina está acima das questões pessoais. “As relações entre os dois países estão acima das posições pessoais. E, assim como o presidente Lula tem dados manifestações sobre Milei, Milei também tem dado manifestações sobre Lula. Mas isso não afetará a relação entre os países”, declarou.

Milei já disse, por exemplo, que rompia relações com o Brasil e, em uma entrevista, quando questionado por um jornalista se Lula era corrupto e comunista, ele acabou.

Francos é um dos homens fortes da campanha de Milei e considerado pelas autoridades brasileiras como alguém pragmático. Sua carreira é dividida entre órgãos públicos e privados.

Ocupou cargos nos Ministérios da Justiça e da Educação e participou da fundação de partidos argentinos. Também foi eleito vereador de Buenos Aires por duas vezes.

Por outro lado, atuou em empresas de Eduardo Eurnekian, proprietário do conglomerado Corporación América e a quarta pessoa mais rica da Argentina.

Itamaraty

Diplomatas brasileiros com quem a CNN conversou e que estão envolvidos na eleição argentina apontam uma eleição ainda em aberto, com tendência de crescimento do candidato peronista Sergio Massa na reta final contra o ultralibertário Javier Milei.

A avaliação é que Milei perdeu “soco” na reta final ao buscar aproximação com políticos de direita que representam a “casta” que ele sempre criticou, como Mauricio Macri e Patricia Bullrich.

Além disso, a leitura brasileira é de que Massa ganhou com ampla margem o debate de domingo, podendo ter conquistado votos de indecisos e de centro.

Também há a sensação de que nesses dias tem crescido o medo de um eventual governo Milei não eleito por falta de conhecimento – e esclarecimento – do que de fato ele faria no país.

Diplomatas afirmaram ainda que a estratégia de Milei no segundo turno foi se afastar do “Milei tradicional” para conquistar o centro, enquanto a de Massa foi desvincular do kirchnerismo e propor uma união nacional pela Argentina, ideia de que, na visão da diplomacia brasileira, foi encontrado mais respaldo no eleitorado argentino nesses dias que antecederam a disputa.

A diplomacia brasileira, porém, se prepara para os dois cenários. A leitura é de que, no caso de vitória de Massa, há uma continuidade na relação, embora com troca de peças do governo.

Se Milei ganhar, por outro lado, o trabalho será um pouco mais árduo, mas não há previsão de que haja uma ruptura.

Fonte

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