A primeira sessão de oitivas de testemunhas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta tentativa de golpe em 2022 foi marcada por um tenso embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o advogado Eumar Novacki, defensor do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, um dos réus no processo.
O conflito ocorreu durante o interrogatório do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, convocado como testemunha de acusação pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Novacki insistia em questionar o militar sobre detalhes de uma minuta golpista supostamente apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em reuniões pós-eleição.
Após repetidas perguntas sobre o mesmo tema, Moraes interrompeu o advogado:
— “O senhor já perguntou quatro vezes a mesma coisa. A testemunha já respondeu. Não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que você faça circo no meu tribunal“, afirmou o ministro, que relata o caso.
Novacki tentou justificar a insistência, alegando que buscava esclarecimentos para a defesa e que agia da mesma forma que a PGR.
— “Não estou fazendo nada diferente do que a acusação fez“, rebateu.
Freire Gomes confirmou que Bolsonaro apresentou um documento com conteúdo semelhante ao da minuta encontrada na casa de Anderson Torres – peça-chave da denúncia da PGR. No entanto, o general afirmou não lembrar textualmente do teor do material, apenas do “conteúdo geral”.
— “Não, porque esse documento foi apresentado na reunião do dia 7“, respondeu, ao ser questionado se poderia ter se confundido com outra versão.
O depoimento reforça as acusações de que Bolsonaro e aliados articularam um plano para questionar os resultados das eleições de 2022.
Fonte
Oferecimento: https://amplojuridico.com.br
Deixe um comentário