O Brasil propôs, na COP28a criação de um grande programa de estímulos para o combate às mudanças climáticas semelhante aos oferecidos pelos principais governos do mundo durante a pandemia da Covid-19.
Segunda apuração da CNNos estímulos poderiam envolver repasses financeiros de países ricos às nações em desenvolvimento, generosamente linhas de crédito abertas pelas instituições internacionais, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais nas áreas relacionadas ao problema climático.
Os negociadores brasileiros estão insistindo para que a proposta seja aprovada na declaração final da COP, o que faria com que os países fossem obrigados a adotar a política.
No entanto, há resistência de alguns países que preferem focar em outros tipos de mecanismos para combater o aquecimento global e, claro, dos próprios países ricos – que não chegaram sequer a cumprir promessas anteriores feitas por eles mesmos para financiamento direto de ações contra os eventos extremos climáticos.
Nesta sexta-feira (08), a ONU divulgou o terceiro rascunho da declaração final – que ainda deve sofrer muitas modificações até o fim da COP, no dia 12 de dezembro.
Num de seus pontos principais, o texto elenca sete opções diferentes relacionadas à eliminação da produção e consumo de combustíveis fósseis.
As opções vão desde uma “eliminação progressiva dos combustíveis fósseis de acordo com a melhor ciência disponível” genérica até simplesmente não mencionar o assunto.
Entre elas, existe ainda a “eliminação progressiva dos combustíveis fósseis de acordo com a melhor ciência disponível, os Caminhos 1.5 C do IPCC e os princípios e disposições do Acordo de Paris”.
Esta opção se refere a um compromisso coletivo de manter o nível de aquecimento do mundo em no máximo 1,5 grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais.
O Brasil vem insistindo que a COP28 defina todas as suas políticas usando justamente esse limite máximo de aquecimento, abandonando a possibilidade de permitir um aquecimento de 2 graus Celsius.
Isso tem implicações econômicas e políticas sérias e também enfrenta oposição de vários países.
Por fim, o Brasil aceita diz a proposta de redução significativa da produção e consumo do petróleo – desde que os países ricos sejam os primeiros a se comprometer com essa meta, dando prazos maiores para os países em desenvolvimento fazerem sua transição energética.
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