Gleice Kelly, uma mulher de 24 anos, foi ao hospital dar à luz e deixou o local com a mão amputada. UMA CNNum jovem falou sobre os dias intensos que viveram pós-parto e como está a adaptação da sua nova realidade.
No dia 9 de outubro, ela chegou ao Hospital da Mulher de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com data marcada para o parto de Levi.
Segundo Glecei, o parto foi rápido, mas logo quando a médica estava a costurando, ouviu uma quantidade de sangue excessiva e, com isso, chamou outro colega para ajudar a examiná-la.
“As duas avaliaram e realmente, eu estava tendo uma hemorragia. Elas precisavam correr para fazer alguma coisa, eu tive que ir para a sala de parto sem acesso venoso nenhum. Quando eu desmaiei esse acesso foi colocado”, relatou.
O acesso foi colocado no braço esquerdo, em cima da mão. “Ele já tava um pouco vermelho e inchando. Na hora achei que era uma coisa normal. Nada demais, só que tava ardendo e um pouco sofrido. Eu falei da dor e elas falaram que era normal”.
Gleicei continuou sem conseguir ficar acordada, desmaiando repentinamente.
Sua mãe e marido questionaram as médicas sobre o aumento da mão. Elas disseram que poderiam ser porque o paciente estava dormindo.
O acesso acabou sendo retirado e conduzido a colocar gel congelado para tentar recuperar a circulação de sangue – o que não aconteceu.

Nos dias 10 e 11, Gleicei ficou esperando o dia todo por uma vaga no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Ela foi embora para outro hospital e chegou já na madrugada do dia 12.
“Eles fizeram exames para tentar saber o que era, ligaram para com o complicador vascular que veio de imediato. Ele viveu bem rápido para ele poder ver o que estava controlando para ele tentar uma manobra antes de amputar a mão. Fez os cortes para ver se a circulação voltava”, contorno.
Eu tinha que esperar dois ou três dias para o resultado. Eu estava correndo risco de amputar o braço todo, então, eles tiveram que amputar a mão mesmo”.
Sobre a adaptação das mudanças do seu corpo, Glecei disse que está sendo difícil.
“Eu tô me refazendo. Eu fiquei 24 anos, quase 25, daquele jeito ali, com as duas mãos, cuidando dos meus filhos, sem depender muito dos outros. Eu dependo muito mais agora. Eu não posso dar banho, ir na vacinação sozinha. Como que eu vou andar com bolsa? O neném?”, pontuado
“Tem sempre que ter alguém comigo. O meu marido teve que sair do trabalho, porque já não estava aceitando os atestados, então, ele teve que modificar a vida dele também”, continuou.
UMA CNN também conversou com sua advogada, Monalisa Gagno. Segundo ela, Glecei está bem abalada com a situação e disse que elas estão levantando dados para conseguir fazer o processo criminal.
“O IML que é o exame de corpo delito, é o que está sendo feito nesse momento e o processo judicial já foi feito”.
De acordo com a 41ª DP (Tanque), o caso foi registrado como lesão corporal culposa. Testemunhas estão sendo ouvidas e os documentos adquiridos foram solicitados para ajudar a esclarecer o caso.
Monalisa ainda revelou que o hospital não deu nenhuma assistência à paciente.
“Inclusive a mão da Gleice ficou lá não teve investigação para saber biópsia para saber o que houve”, contorno.
Em nota, o hospital declarou que está totalmente solidário com a vítima, e lamentou profundamente o ocorrido.
Reiterou o esforço em apurar com toda a seriedade, transparência e atenção os procedimentos médicos e hospitalares adotados durante seu atendimento. Para tanto, solicitou ao Comitê de Ética Médica a coordenação desses trabalhos.
Independente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com o paciente e seus representantes para prestar todo o acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantem à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados.
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