Mudanças climáticas agravam os desafios de saneamento no Brasil. A infraestrutura física das companhias de abastecimento é afetada diretamente por essas variações climáticas, evidenciando a necessidade de um planejamento estratégico baseado em cenários futuros.
É o que mostra estudo do instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon, publicado nesta terça-feira (19) que busca analisar esses efeitos climáticos na população e no saneamento básico.
No levantamento foi possível analisar três tópicos que podem afetar mais o saneamento básico brasileiro;
Tempestades
Tempestades aumentam os sedimentos nos mananciais e sobrecarregam os sistemas de drenagem e tratamento de esgoto, causando alagamentos, rompimento de tubulações e contaminação de fontes de água potável.
Onda de Calor
Ondas de calor podem reduzir o volume dos corpos d’água, aumentar a contaminação e aumentar a demanda por energia, prejudicando a população. Além disso, essas ondas aumentam a demanda por água, enviando sistemas de abastecimento que frequentemente já operam no limite de sua capacidade.
Secas prejudiciais
As infecções, intensificadas pelas mudanças climáticas, afetam o abastecimento dos mananciais, diminuindo a disponibilidade de água e resultando em racionamento ou uso de fontes alternativas de menor qualidade, o que impacta diretamente a população ao limitar o acesso aos serviços de saneamento básico e aumentar o risco de transmissão de doenças.
Essas agravam a desigualdade no acesso à água potável, especialmente em áreas urbanas periféricas e rurais, evidenciando a necessidade urgente de políticas de adaptação e gestão sustentável dos recursos hídricos para mitigar os efeitos adversos e garantir a resiliência das comunidades mais vulneráveis.
“Em 2024 vivemos os impactos das mudanças climáticas na pele. O objetivo deste estudo foi entender quais as principais ameaças e riscos climáticos para o acesso à água
coleta e tratamento de esgotos e, também, em quais estados a população está mais exposta a estes riscos”, diz Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.
Por regiões
O levantamento também separa os riscos por estados, quais são os impactos que cada região é mais suscetível.
Maior risco de abastecimento de água por tempestades;
- Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro
Maior risco de contaminação de águas superficiais e impacto no sistema de esgotamento sanitário em tempestades;
- Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Maiores riscos de seu abastecimento de água ser afetado por ondas de calor;
- Mato Grosso do Sul e Amazonas
Sistema de abastecimento de água mais vulnerável a secas e perigosas;
- Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba