O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo Temático Temporário do Desporto, denunciou por importunação sexual o torcedor que acariciou e beijou o rosto de uma repórter, sem sua autorização, durante uma transmissão ao vivo de TV. O caso aconteceu no dia 7 de setembro no entorno do Maracanã, no Rio de Janeiro, antes do jogo Flamengo e Velez pela Libertadores.
A comunicação pela promotora de Justiça G Viana Pessanha se prepara para entrar em uma transmissão para televisão, quando Marcelo Benevides começou a gritar e proferir xingamentos.
De acordo com a denúncia, a vítima ainda pediu para o acusado se tratar. O torcedor então, se der a mão em seu ombro, lutou, então, pegou a mão em seu ombro, deslizando até o braço e deu um beijo no ombro. Em seguida, ela começou uma reportagem ao vivo e, enquanto falava com a apresentada a programara do programa, agora em seu rosto, contra a sua vontade.
Na sequência do episódio fugiram até a chegada da polícia. O denunciado responderá pelo crime de importunação sexual, artigo 215-A do Código Penal.
Benevides ficou preso por um dia e está solto temporariamente, já que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) iconverteu sua prisão em, depois de realizada uma audiência de preventiva.
“Só queria trabalhar”, diz repórter
Jéssica usou sua conta no Instagram para se manifestar sobre o ocorrido. “Eu sofri importunação sexual enquanto e isso é crime. Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3h em uma delegacia. Eu só queria trabalhar”, lamentou.
A jornalista contornou que antes de sua entrada, os torcedores xingavam pela demora do vivo. Pouco antes de iniciar a transmissão, “vieram os ‘pedidos de desculpa’ com alisamentos nos ombros e um beijo no local”.
O ato final foi o beijo no rosto, flagrado pela câmera.
“O ser humano que fez isso estava com um filho menor de idade que se desculpou pelo pai. O menino não tem culpa, não punam a família dele. Eu todo apoio e carinho dos meus chefes, colegas, torcedores, telespectadores e ouvintes da @espnbrasil e da @lbvbrasil . Agradeço em especial ao @bandeira2000 e @andrelzdsouza, minha equipe na pauta”, escreveu.
Configuração importunação sexual “praticar contra alguém e sem sua anulação ato libidinoso para a própria lascívia ou de terceiro”. O crime foi inserido no Código Penal em 2018.
A prática se difere do assédio, segundo explica o advogado: “importunação sexual e assédio são crimes distintos, a despeito de serem crimes contra a liberdade sexual. Na importunação temos a prática de um ato libidinoso contra uma vítima, não o assédio o que caracteriza o crime é a restrição da vítima com a finalidade de vantagem ou favorecimento sexual, ao mesmo tempo em que se mantém quico pelo seu posicionamento de ascensão”.
As imagens são avaliadas com precisão para verificar se houve “prática com conhecimento sexual sem consentimento da repórter, que estava trabalhando e nitidamente se sentiu importunada e atacada”.
A pena prevista para o crime de importação de 1 a 5 anos de prisão sexual, mas é possível que, ao fim das investigações, o Ministério Público venha a ser acordo.
Em nota, o Grupo Disney, que detém a ESPN, afirmou que “repreende qualquer tipo de violência, seja física ou prestando todo o apoio verbal, e tomando como providências comprovadas para que intolerantes, como essa, não siga impunes . Seguimos à disposição das autoridades para qualquer tipo de esclarecimento”.
UMA CNN ainda busca contato com os advogados de Marcelo Benevides Silva.
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