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Morre Gal Costa, ícone da música popular brasileira, aos 77 anos

A cantora Gal Costa, um dos maiores nomes da música popular brasileira, morreu nesta quarta-feira (9), aos 77 anos.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista à CNN. A causa da morte não foi informada.

Gal Costa faria apresentação no último festival Primavera Sound, em São Paulo, no fim de semana. A foi celebração às vésperas do evento.

Gal Costa é considerada uma das principais referências vocais femininas de sua geração e influência para cantoras posteriores. Com ruptura e desafiadora, sua trajetória é marcada por canto e irreverência particular.

História de Gal Costa

Maria da Graça Costa Penna Burgos, a Gal, nasceu em Salvador, na Bahia e começou a começar na adolescência em festas escolares e trabalha em uma loja de discotecas, onde começou a bossa nova.

Em 1964 ela aos artistas cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Maria Bethânia em “Nós, Por Exemplo”, show de inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador. No mesmo ano, ainda como Maria da Graça, gravou um disco com as faixas “Eu Vim da Bahia” e “Sim, Foi Você”.

De acordo com a Enciclopédia da Música Brasileira, projeto do Itaú Cultural, depois de 1967 ela gravou duas músicas do álbum “Tropicália” ou “Panis et Circencis”, de Caetano.

A capacidade de se reinventar foi uma característica marcante da cantora e sua carreira foi marcada por mudanças. A primeira delas acontece em 1968: com colar de espelhos, penteado black power e canto agudo e provocador, Gal defende a lugar “Divino Maravilhos” no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record e fica em terceiro.

Em 1969, lançou dois álbuns, “Gal Costa” e “Gal”, com canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, ícones da jovem guarda. Na voz da cantora, como composições de apelo pop interpretação enérgica.

Ao longo do exílio de Caetano e Gil, iGal torna-se representante do tropicalismo. Em 1970, a cantora vai para Londres para visitar os dois músicos e, de volta ao Brasil, lança “LeGal”.

O disco ao vivo “Fa-tal – Gal a Todo Vapor”, de 1971, traz as músicas de Luiz Melodia (1951-2017), Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Também tocando na questão política, a capa do álbum “Índia” traz um close da virilha da cantora, vestida com um biquíni e, na contracapa, ela aparece de seios nus. O LP foi vendido nas lojas dentro de um plástico escuro por causa da censura.

Com o disco “Cantar”, Gal se reaproxima da MPB e muda a postura vocal, amenizando a agressividade e priorizando a voz límpida, um retorno à referência de João Gilberto.

Em 1975, Gal, Gil, Caetano e Bethânia se reúnem para o espetáculo “Os Doces Bárbaros”, que dá origem ao disco homônimo. No mesmo ano, interpreta “Modinha para Gabriela”, do compositor Dorival Caymmi (1914-2008) e tema de abertura da adaptação do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado (1912-2001). Menos experimentais, Gal Canta Caymmi (1975) e os dois álbuns seguintes, Caras e Bocas (1977) e Água Viva (1978), são sucessos de público.

No disco Gal Tropical (1979), a voz do cantor é entoada por timbre claro, definido e tessitura aguda. Em 1980, revisita a obra do compositor Ary Barroso (1903-1964) com o álbum Aquarela do Brasil. Com Fantasia (1981), alcança nas rádios com a faixa “Festa no Interior”, de Moraes Moreira (1947-2020) e Abel Silva (1945).

Em 1988, recebe o Prêmio Sharp de melhor cantor. Na década de 1990, retoma a parceria com Salomão no disco Plural (1990), e em 1993, lança O Sorriso do Gato de Alice, com show dirigido por Gerald Thomas (1954). Homenageia o trabalho de Caetano e Chico Buarque (1944) com Mina D’água do Meu Canto (1995), eo de Tom Jobim (1927-1994), em disco lançado em 1999.

No álbum Recanto (2011), Gal se reinventa novamente. Composto e produzido por Caetano, o repertório dialoga com a música eletrônica e o funk carioca. A faixa “Neguinho”, composta por Zeca Veloso (1992) e impulsionada por timbres digitais, é o oposto de tudo o que faz Gal nas décadas anteriores. A turnê do disco mostra ao público uma transformação sutil de timbre, que mantém os agudos do início da carreira e ganha um grave então desconhecido em sua voz.

Em atualização

(Publicado por Lucas Rocha)

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