O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instauração de um novo inquérito contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O objetivo é apurar possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal que envolve organização criminosa.
A decisão surge após a parlamentar anunciar publicamente, na última terça-feira (3), sua saída do Brasil. Em entrevistas, Zambelli afirmou que pretende se refugiar na Europa e que, por possuir cidadania italiana, seria “intocável na Itália” e não poderia ser extraditada para o Brasil. Para o ministro, essa declaração demonstra a intenção de Zambelli de se eximir da aplicação da lei brasileira.
Na decisão, Moraes destacou que as manifestações públicas da deputada, a transferência de suas redes sociais para a mãe e a intenção de propagar desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro indicam risco de reiteração criminosa e tentativa de descredibilizar as instituições democráticas do país, além de interferir em ações que tramitam no STF. Mais cedo nesta quarta-feira (4), o ministro já havia atendido a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decretado a prisão preventiva da parlamentar.
REDES SOCIAIS MONITORADAS
O ministro determinou que a Polícia Federal monitore as redes sociais ligadas à deputada e realize oitivas em até dez dias. O Banco Central também deverá informar os valores e remetentes de transferências via PIX recebidas por Zambelli nos últimos 30 dias. Como a deputada está fora do território nacional, foi autorizada a notificação por meios eletrônicos e a apresentação de esclarecimentos por escrito.
Zambelli foi recentemente condenada a dez anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato parlamentar, juntamente com Walter Delgatti Neto. A condenação se deu pelos crimes de invasão de dispositivo informático qualificada pelo prejuízo econômico e falsidade ideológica, referentes à comprovada participação em ataques aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à inserção de documentos falsos, incluindo mandados de prisão e alvarás de soltura.
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