Em um cenário de crescente tensão, o Irã declarou, através de seu ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, que as negociações com os Estados Unidos são inviáveis sob o atual panorama político. A declaração, feita no domingo (23), surge em resposta à recente carta do presidente americano, Donald Trump, que impôs um prazo para que Teerã decidisse entre retomar as negociações nucleares ou enfrentar sanções ainda mais severas.
A posição iraniana, que também reflete a rejeição do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, à oferta de negociações, aponta para um impasse diplomático. Araqchi argumenta que a desconfiança em relação aos Estados Unidos não é motivada por teimosia, mas sim por um histórico de experiências negativas. Ele enfatiza a necessidade de Washington recalibrar sua política para que o diálogo seja possível.
O pano de fundo dessa disputa remonta à decisão de Trump, em seu primeiro mandato, de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015. O acordo, que previa limites ao programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções, foi considerado fundamental para a estabilidade regional. A subsequente retomada das sanções americanas levou o Irã a violar os termos do acordo, intensificando as preocupações internacionais.
Enquanto potências ocidentais acusam o Irã de buscar armas nucleares através do enriquecimento de urânio, Teerã insiste que seu programa tem fins pacíficos e que respeita o direito internacional. A disputa nuclear, portanto, permanece um ponto de discórdia crucial nas relações entre Irã e Estados Unidos.
Diante desse impasse, Araqchi ressalta que o acordo de 2015, em sua forma atual, não pode ser revivido. Ele também exige a revisão das sanções americanas como um pré-requisito para o diálogo. No entanto, o ministro iraniano sugere que o acordo nuclear ainda pode servir de base para futuras negociações, desde que haja uma mudança na postura dos Estados Unidos.
A declaração de Araqchi sinaliza um momento crítico nas relações entre Irã e Estados Unidos. A possibilidade de novas negociações permanece incerta, dependendo da disposição de ambas as partes em ceder e encontrar um terreno comum.