o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveiraafirmou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (16), que a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf, subsidiária da Eletrobrasé responsável pela linha de transmissão que apresentou falhas no Ceará na terça-feira (15), conforme havia antecipado a âncora da CNN Raquel Landim.
Silveira afirmou que o problema, que provocou um apagão em várias regiões do país, ocorreu na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza, no Ceará.
Ele também afirmou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) assumiu o erro e confirmou que houve falha sistêmica. O ministro ainda passou a zagueiro uma investigação da Policia Federal (PF) sobre o caso.
“Mais do que nunca, eu acho que é necessária a participação extremamente ativa da Polícia Federal nesse caso, já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que poderia provocar um evento com a dimensão que teve, com a paralisação da energia no país ”, disse Silveira.
Segundo o ministro, mais de uma situação específica provocou o apagamento. “[Foi] Mais de um [evento] com certeza, agora quantos só o ONS vai dizer. O fato é que esse evento compulsório não causaria uma interrupção tão grave”.
Após Silveira falar à imprensa, o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, fez procedimentos técnicos sobre o ocorrido.
“A própria Chesf chegou à conclusão de que essa linha, Quixadá-Fortaleza, abriu um não-acionamento de proteção que estaria programada. Essa linha abriu mente. Ou seja: não precisava abrir e acabou abrindo. Isso ocasionou uma onda, uma coluna de peças de dominó”, disse.
VÍDEO – Câmara aprova convite para ouvir ministro sobre apagamento
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O diretor do ONS também contestou que o problema tenha a ver com alta concentração de energias eólicas e solares na região, como fontes chegaram a suporte ontem para a CNN.
“Alguns especialistas lembraram que, na Europa, há dois anos, houve um apagamento ocasionado pela queda sucessiva de energias eólicas. Tudo isso já foi aproveitado aqui no Brasil. Nossos equipamentos, hoje, já têm normas mais seguras, os procedimentos e operação também”, disse.
O ministro de Minas e Energia informou também que o problema já foi solucionado. “Importante dizer que a Chesf e a Eletrobras já informaram que corrigiram a falha da linha de transmissão que introduziu o ponto zero desse episódio, essa correção já foi feita”.
Em nota, a Eletrobras afirmou que “identificou o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, por ocorrência simultânea do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência de 15/08/2023, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional – SIN” e que “o desligamento da linha citada de transmissão, de forma educativa, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido”. Confira abaixo na íntegra:
A Eletrobras informa que identificou o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, por atuação espontânea do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência de 15/08/2023, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional – SIN.
Destaca-se que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas aplicadas.
Ressalta-se que o desligamento da linha de transmissão citada, de forma educativa, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são automatizadas pela confiabilidade de “n-1”, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.
A Eletrobras assegura que continua colaborando para a identificação das causas da perturbação, de natureza sistêmica, e dos motivos que levaram aos desligamentos ocorridos no SIN, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN
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