A Méliuz, empresa brasileira de capital aberto, surpreendeu o mercado ao anunciar a aquisição de 45,72 bitcoins (BTC), representando 10% de suas reservas financeiras. A compra, realizada por US$ 4,1 milhões, com preço médio de US$ 90.296 por BTC, marca a Méliuz como a primeira empresa brasileira listada na bolsa a adotar o Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria.
Liderança Visionária e Confiança no Potencial do Bitcoin
Israel Salmen, presidente e maior acionista da Méliuz, defende a aquisição, destacando o Bitcoin como uma reserva de valor de longo prazo e uma alternativa eficaz para alocação de capital. “Vemos o Bitcoin como uma reserva de valor de longo prazo. Não temos intenção de vender o BTC que adquirimos. Não somos traders. Queremos aumentar o valor a longo prazo”, afirma Salmen.
O presidente da Méliuz reconhece os riscos da exposição ao Bitcoin, mas ressalta a disposição da empresa em assumir riscos calculados desde sua fundação em 2011. Salmen questiona a visão tradicional de alocação de ativos, argumentando que manter o excesso de capital em renda fixa pode gerar custos de oportunidade significativos.
“Muitos veem o Bitcoin como um ativo de alto risco. Mas realmente entendemos o conceito de risco? O que é mais arriscado: manter reservas de caixa sujeitas à desvalorização ou investir em um ativo escasso que se valorizou 77% ao ano na última década?”, provoca Salmen.
Estratégia Inspirada na MicroStrategy e Busca por Relevância no Mercado
A estratégia de investimento em Bitcoin da Méliuz se inspira no sucesso da MicroStrategy, empresa que obteve valorização de 423% em suas ações após adotar o BTC como ativo de tesouraria.
A decisão da Méliuz ocorre em um momento de baixa relevância de suas ações no mercado. A empresa, que já alcançou um valor de mercado de R$ 6 bilhões em 2021, viu seu volume diário de negociação cair para menos de US$ 700 mil, com cobertura mínima de analistas. Em carta aos acionistas, Salmen reconheceu a perda de relevância da empresa no mercado.