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Marília Mendonça: entenda erro dos pilotos que levaram à queda do avião

A Polícia Civil de Minas Gerais apontou os pilotos do avião em que era cantor Marília Mendonça como os responsáveis ​​pelo acidente, em novembro de 2021, em Caratinga.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (4), os detalhes detalharam a conclusão do inquérito sobre a queda da aeronave e explicaram qual foi o erro do piloto e do copiloto.

Polícia diz que os pilotos foram negligentes e imprudentes

Segundo a Polícia Civil, as torres de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), fornecedoras de energia elétrica do estado, com as quais a aeronave colidiu e caíram, estavam fora da área de segurança do aeroporto e, portanto, não havia a obrigatoriedade de estarem sinalizadas.

Cemig diz que torre de distribuição pelo avião de Marília Mendonça está fora de área de proteção do Aeródromo de Caratinga
Cemig diz que torre de distribuição enviada pelo avião de Marília Mendonça está fora de área de proteção do Aeródromo de Caratinga / Foto: Cemig

No entanto, a existência delas foi apontada em dois documentos: a Carta Aeronáutica Mundial e a Carta Aeronáutica de Pilotagem, as quais, piloto e copiloto tiveram acesso e deveriam ter explorado os obstáculos nas áreas externas do aeroporto.

Para os delegados, a tripulação não respeitou o procedimento operacional da aeronave e, no momento do pouso, houve um alongamento da chamada “perna do vento” – feita manobra em paralelo à pista de pouso, muitas vezes utilizada para dar mais conforto aos passageiros no momento do pouso.

Exemplo de circuito de tráfego aéreo padrão.  Extensão da chamada de manobra "perna do vento" levou ao acidente de avião que matou a cantora Marília Mendonça.
Exemplo de circuito de tráfego aéreo padrão. A extensão da manobra chamada “perna do vento” resultou no acidente de avião que matou a cantora Marília Mendonça. / Ministério da Defesa / Wikimedia Commons

Com uma velocidade acima da considerada ideal, eles acabaram saindo da área de segurança do aeroporto e colidindo com as torres de transmissão, o que ocasionou a queda da aeronave.

Para a investigação era possível que a tripulação tivesse conhecimento das torres de transmissão por meio das cartas aeronáuticas, por isso, foi concluído que ambos, piloto e copiloto, foram negligentes e imprudentes, resultando em três homicídios culposos.

Como os agentes da ação (piloto e copiloto) também morreram na queda, há a chamada “extinção de punibilidade”. Neste caso, a polícia sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do caso.

Durante a coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (4), os delegados responsáveis ​​pelo caso afirmaram que após a eliminação de três linhas de investigação – falha mecânica, mau súbito e atentado – passaram a análise a manobra realizada pela tripulação no momento do pouso no Aeroporto de Caratinga.

A possibilidade de uma falha mecânica foi descartada após a entrega do relatório modificado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em maio deste ano.

O documento apontou para inexistência de falha mecânica, mas possível “avaliação inconveniente” por parte do piloto.

Veja também: Justiça condena homem que divulgou fotos de Marília Mendonça e Gabriel Diniz mortos

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O laudo entregue pelo Instituto Médico Legal (IML) descartou a hipótese do piloto ter sofrido um mal súbito ou estar sob efeito de drogas, ou álcool.

A hipótese de um possível atentado também foi descartada pela investigação.

O Ministério Público de Minas Gerais também havia sinalizado a possibilidade de crime ambiental, já que ocorreu vazamento de combustível na cachoeira onde a aeronave caiu.

Segundo as investigações, o crime ambiental foi descartado após os laudos apresentados mostrarem ausência de poluição no curso do rio, mortalidade de peixes, devastação de vegetação ou risco de vida.

Advogado da família do piloto culpa Cemig

Em nota enviada à CNNo advogado Sergio Roberto Alonso, que representa a família do piloto Geraldo Martins de Medeiros, alegou que “as conclusões da polícia de Caratinga não têm fundamento nas provas do inquérito e são até lesivas com a imagem do piloto e copiloto”.

“Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou uma rede de alta tensão na reta final do aeródromo de Caratinga, na altitude do tráfego padrão, que é de 1000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação”, acrescentou.

“Tanto isso é verdade que: a Cemig, seguindo recomendação do Cenipa, sinalizou a linha em 1º de setembro de 2023; o Decea [Departamento de Controle do Espaço Aéreo] fez a Carta de Aproximação Visual; o Decea elevou a altitude do tráfego padrão de 1000 pés para 1350 pés, uma vez que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão”, continuou o advogado.

“Se tudo isto tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente”, concluiu.

A CNN tente contato com a Cemig para comentar as declarações do advogado.

Fonte

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