A Polícia Civil de Goiânia (GO) informou que a advogada Amanda Partata Mortoza, presa na última quarta-feira (20) sob suspeita de ter envenenado e matado um homem e a mãe dele, perseguia e ameaçava o filho de Leonardo Pereira Alves, uma das vítimas, por meio de ligações de diversos números e mensagens pelas redes sociais.
Leonardo Filho recebeu a de dez a 15 ligações por dia, disse o delegado Carlos Alfama, responsável pelo caso.
Eram mais de 100 números diferentes, segundo a investigação, gerada por uma tecnologia que mascarava o telefone original. Já as ameaças online foram enviadas por menos seis perfis falsos nas redes sociais, segundo Alfama.
“A Polícia Civil investigou e nós descobrimos que os perfis falsos usados para as ameaças contra o Leonardo eram da Amanda. Quanto a isso, por meio das técnicas próprias da polícia e contato diretamente com a empresa Meta que é responsável pelo Instagram e pelo Facebook, temos essa certeza de que esses perfis eram usados pela Amanda”, afirmou o delegado.
Portanto, a boa relação que Amanda alegava ter com a família do ex-namorado era falsa, segundo Alfama.
“Ela estava, na verdade, ameaçando de morte o filho de Leonardo e os familiares dele já desde o dia 27 de julho deste ano, investigação de forma cabala pelos autos do inquérito policial nesses três dias de investigação”, prosseguiu.
Amanda se negou o desbloqueio do celular, afirma delegado
Alfama descreveu parte de sua estratégia para convencer Amanda a confessar o crime.
Ele sugeriu a suspeita de que, se a defesa do fato não era responsável pelas ameaças feitas a Leonardo Filho, ela desbloqueou seu celular para colaborar com as investigações e provar sua inocência. Porém, Amanda negou.
“Então, diante desses elementos, a Polícia Civil e a Delegacia de Homicídio manifestaram ao Poder Judiciário convencimento com base em provas de que ela é autora desse duplo homicídio”, disse o delegado.
O Poder Judiciário acatou os argumentos da Polícia Civil e deferiu a prisão temporária de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Ainda cabe um pedido de prisão preventiva, disse o delegado.
Uma prisão
Amanda foi presa na última quarta-feira sob suspeita de ter envenenado e matado o ex-sogro e a mãe dele em Goiânia.
O delegado que apura as mortes, Carlos Alfama, diz que o crime teria sido motivado por um “sentimento de infecção” pelo fim do relacionamento com Leonardo Filho, que durou cerca de 45 dias, e terminou em 10 de agosto. A polícia diz ainda que, uma semana após o fim do namoro, Amanda disse que estava grávida. O delegado, porém, afirmou que ela não está grávida.
A suspeita é de que Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, tenham sido envenenados durante o café da manhã de domingo (17), ocasião em que a advogada também consumiu os alimentos e passado mal.
Mãe e filho foram internados com dores abdominais, vômitos e diarreia, e morreram ainda no domingo. Ainda não há exame laboratorial ou perícia que indique a presença de veneno na comida ou nos organismos dos três.
Inicialmente, cogitou-se uma intoxicação alimentar causada por produtos de uma doceria de Goiânia, ou que a polícia descartou. Amanda comprou os alimentos do café nesse estabelecimento, segundo a investigação.
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