Ó presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, neste domingo (18), pela primeira vez sobre a morte de Alexei Navalny, o principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, que morreu em uma prisão na Sibéria na última sexta (16).
Questionado pelo enviado especialmente da CNN à Etiópia, Américo Martins, Lula disseram que o atraso brasileiro para se manifestar oficialmente sobre o ocorrido é uma “questão de bom senso”.
“Se a morte está sob suspeitas, temos que primeiro fazer uma investigação para saber que o cidadão morreu”, disse o presidente durante a coletiva de imprensa que encerrou sua viagem oficial na capital etíope de Adis Abeba.
Lula defendeu a esperança pela determinação dos médicos legistas russos “para você poder fazer um pré-julgamento”.
“Porque se você não julga agora que foi não sei quem mandou matar e não foi. Depois você vai pedir desculpas? Pra que essa pressa de acusar alguém”, questionou o presidente.
Ele ainda afirmou que está aguardando há seis anos a determinação do mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes: “E não estou com pressa de dizer quem foi que matou. Eu quero achar. Não quero especulação.”
“Então, ó cidadão [Navalny] morreu na prisão. Eu não sei se ele estava doente, não sei se ele tem algum problema”, continuou Lula, fazendo paralelo com a morte de um homem no voo que levou os ministros brasileiros para a Etiópia.
“A gente vai culpar quem? Tem que fazer a perícia para depois dizer o seguinte: 'Olhe, esse cara teve tal coisa e morreu.' Porque se não é banalizar uma acusação”, acrescentou.
“Eu até compreendo os interesses de quem acusa imediatamente: 'Foi fulano.' Mas não é o meu mote. Eu espero o legista que vai fazer o exame de que o cidadão morreu”, concluiu Lula.
Principal opositor de Putin morreu na colônia penal
Navalny ficou inconsciente e morreu na sexta-feira após uma caminhada na colônia penal siberiana “Polar Wolf”cerca de 1.900 quilômetros a nordeste de Moscou, onde cumpriu pena de três décadas.
Os líderes ocidentais prestaram homenagem à coragem de Navalny e, sem citar provas, acusaram o presidente Vladímir Putin de ser o responsável pela morte.
-
1 de 10
Alexei Navalny em uma cama de hospital, em Berlim, na Alemanha, com a esposa e seus dois filhos durante seu tratamento após ser envenenado.
Crédito: Handout/Agência Anadolu via Getty Images -
2 de 10
Alexei Navalny durante audiência em Moscou
Crédito: 22/8/2019 REUTERS/Evgenia Novozhenina -
3 de 10
Alexei Navalny em Moscou
Crédito: 21/12/2011 REUTERS/Denis Sinyakov -
4 de 10
Alexei Navalny
Crédito: REUTERS -
5 de 10
Líder da oposição russa Alexei Navalny em videoconferência durante audiência judicial em Moscou
Crédito: 31/05/2023 Tribunal da Cidade de Moscou/Divulgação via REUTERS -
6 de 10
Tribunal russo na abertura de um caso contra Navalny
Crédito: Navalny, advogados e outros participantes são vistos em vídeo link durante audiência externa de tribunal de Moscou na colônia penal onde o líder de oposição está preso19/06/2023REUTERS/Evgenia Novozhenina -
7 de 10
Frame do documentário “Navalny”, produção da CNN, que venceu o Oscar de Melhor Documentário
Crédito: CNN -
8 de 10
Alexei Navalny, principal opositor do governo do Kremlin
Crédito: Reuters -
9 de 10
Alexei Navalny
Crédito: Foto: Instagram/ Reprodução -
10 de 10
Alexey Navalny dentro da cela durante audiência em Moscou
Crédito: Foto: TRIBUNAL DISTRITAL DE BABUSHKINSKY/REUTERS
O Kremlin disse que a ocorrência do Ocidente foi inaceitável e “absolutamente raivosa”. Putin ainda não comentou a morte de Navalny.
A mãe de Alexei Navalny foi informado, neste sábado (17), que o mais proeminente opositor russo foi acometido pela “síndrome da morte súbita” e que seu corpo não seria entregue à família até que uma investigação seja concluída.