Mais rápidos e menos burocráticos que o leilão judicial, guardam várias oportunidades para investidores e demais interessados
Uma maneira interessante de adquirir um bem, o leilão tem caído no gosto dos brasileiros. Pesquisa realizada pela plataforma de negociações Superbid Exchange mostrou que essa modalidade de compra cresceu 86% em 2024, número puxado em grande parte pelos bens imóveis. A expectativa da plataforma é que o ritmo permaneça alto, crescendo 70% em 2025.
Principais diferenças entre os tipos de leilão
A pesquisa levou em conta tanto leilões judiciais quanto os extrajudiciais. O primeiro é aquele que acontece a partir de uma ordem judicial, geralmente com a finalidade de levantar um determinado valor para a quitação de uma dívida, como a de um apartamento, por exemplo. Recuperação de falências, processos de execução e até mesmo dívidas trabalhistas compõem o rol de tipos de leilão judicial.
O segundo caso também pode ser feito para levantar um valor para quitação de dívida, mas não é a partir da iniciativa de um juiz, mas de um banco ou instituição financeira, por exemplo. Outro caso é o leilão de bens públicos de desfazimento, feitos a partir de editais elaborados por órgãos públicos, como autarquias, ou governos municipais, estaduais ou federais.
Características do leilão extrajudicial
Leilões famosos como aqueles feitos pelo DETRAN ou mesmo pela Receita Federal também caem na categoria de leilão extrajudicial. Eles costumam abarcar uma grande variedade de itens, de veículos como motos, carros e caminhões a até mesmo imóveis de todos os tipos, além de itens menores como joias, eletrônicos, objetos de arte e equipamentos em geral.
Há ainda aqueles proprietários que desejam apenas fazer uma venda direta e optam pela intermediação de um leiloeiro. No geral, por não estarem atrelados a trâmites legais do poder judiciário, os leilões extrajudiciais são bastante rápidos, tanto para vendedores como para potenciais compradores.
O leilão extrajudicial, uma vez que é aberto, tem seu edital divulgado tanto em jornais de grande circulação como na internet. A modalidade varia, podendo ser tanto presencial quanto online. Porém, a forma de funcionar é idêntica: os interessados dão os lances de maneira alternada, com o valor sempre partindo de um preço inicial.
Os interessados devem, porém, se atentar a alguns pontos antes de arrematar um bem. É preciso pesquisar a respeito do bem leiloado e procurar conhecer suas condições. Além disso, é interessante saber se o valor está próximo daquela praticado pelo mercado. É importante também estabelecer um limite máximo de valor que pode gastar ou mesmo um valor máximo para cada lance, para não cair numa armadilha financeira.
Particularidades do leilão extrajudicial
Geralmente, leilões extrajudiciais guardam boas oportunidades para investidores, principalmente quando se trata de imóveis. Não raro, os descontos são muito expressivos. Muitos imóveis são ofertados pelo valor da avaliação e depois pelo preço da dívida, quando ela existe. A facilidade de pagamento também explica o sucesso da modalidade: hoje, há a possibilidade de financiamento em até 35 anos, bem como uso do FGTS, por exemplo.
Porém, existem alguns casos excepcionais no universo dos leilões. Quando o bem oferecido em um leilão extrajudicial não é arrematado, por exemplo, o credor tem o direito de ficar com esse bem como forma de quitar a dívida. Esse processo é chamado de adjudicação, e garante ao credor uma forma legal de recuperar parte ou o total do valor devido.