A Justiça de São Paulo manteve a liberdade de Cristian Cravinhos após um recurso interposto pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) que buscava revogar a decisão da primeira instância. O pedido do MP, ainda sem data para ser julgado no mérito, teve a análise transferida para a segunda instância.
Na decisão proferida na última quinta-feira (10), a juíza que havia concedido a liberdade a Cristian Cravinhos não julgou o mérito do recurso apresentado pelo Ministério Público. Na prática, a magistrada manteve sua decisão anterior e encaminhou a análise do mérito do processo para a segunda instância do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Trecho da Decisão:
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. Eleve-se o Recurso à E. Instância Superior para apreciação e providências.
Juíza de Direito
Cristian Cravinhos foi condenado pela morte do casal Manfred e Marísia von Richthofen, ocorrida em 2002, e foi o último dos três condenados pelo crime a obter a progressão para o regime aberto. Daniel Cravinhos está em regime aberto desde 2018, enquanto Suzane von Richthofen também cumpre o restante de sua pena em liberdade, estando solta desde janeiro de 2023.
O Que Diz o Ministério Público
O promotor do MPSP, Gustavo José Pedroza Silva, já havia emitido um parecer contrário à progressão de Cristian Cravinhos, de 48 anos, para o regime aberto, antes da decisão judicial.
Em sua manifestação, Pedroza considerou os resultados do teste psicológico de Rorschach ao qual o réu foi submetido. O exame apontou que Cravinhos apresenta “traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo”.
O promotor ressaltou a gravidade dos crimes praticados pelo réu e concluiu que Cravinhos demonstra “traços de imaturidade, com uma percepção da realidade voltada para questões pessoais, a partir de sua própria perspectiva do mundo, sem compreender e levar em consideração a experiência do outro (sinal de falta de 1 empatia), além de propensão a concretizar impulsos reprimidos e tomar atitudes irrefletidas e descontroladas”.
O Que Diz a Defesa de Cristian Cravinhos
Cristian Cravinhos foi preso em 2002 e condenado em 2006, juntamente com seu irmão Daniel Cravinhos e sua ex-cunhada Suzane von Richthofen, a uma pena de 38 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, pais de Suzane.
Procurada pela CNN, a defesa de Cristian esclareceu que a juíza manteve sua decisão, e o recurso será analisado pelo TJSP. Em nota, os advogados afirmam que esperam que a decisão – sem data para acontecer – mantenha o direito à liberdade.
Nota da Defesa:
Não houve até o momento, negativa da Justiça ao recurso do MP. A Defesa espera e confia que quando do julgamento do recurso Ministerial, seja mantida a decisão de Primeiro Grau, como medida de Justiça, vez que todos os requisitos exigidos pela Lei, para a concessão do regime aberto, foram cumpridos por Cristian.