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Julgamento da SBF – SBF afirma que ele agiu de boa fé enquanto os advogados abençoavam suas decisões na FTX

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O julgamento da SBF foi retomado em 27 de outubro, com o ex-bilionário tomando posição na segunda metade do dia, após a última testemunha de acusação no caso ter sido dispensada.

A audiência começou com a acusação trazendo sua testemunha – o agente do FBI Mark Troiano – ao depoimento para fornecer principalmente informações sobre a existência, natureza e autenticidade dos grupos Signal envolvendo a SBF.

Após o depoimento e interrogatório de Troiano, a promotoria encerrou o processo e entregou as rédeas do tribunal à defesa, que iniciou o processo com o depoimento do próprio SBF.

Durante seu depoimento, ele afirmou que os advogados desempenharam um papel fundamental na tomada de decisões cruciais dentro da bolsa. Ele afirma que as suas ações foram motivadas por uma crença sincera na sua legalidade, uma vez que os peritos jurídicos aprovaram certos aspectos das suas políticas.

No entanto, durante o interrogatório, ele ocasionalmente vacilou nas suas respostas, citando frequentemente uma falta de recordação relativamente às interacções com advogados. O juiz presidente enfatizou continuamente a importância de fornecer respostas diretas às questões colocadas.

O júri foi mandado para casa antes da SBF se manifestar e nenhum dos integrantes esteve presente durante o depoimento do ex-bilionário.

O juiz Lewis Kaplan disse no tribunal que o governo afirma que o júri não deveria ouvir certas partes do depoimento da SBF. Não está claro quais aspectos do depoimento são inadequados para o júri.

300 grupos de sinais

O testemunho de Troiano girou em torno de seu exame dos grupos Signal encontrados nos dispositivos de Caroline Ellison e Gary Wang. Esses grupos Signal são fundamentais para o caso da promotoria.

Para estabelecer a credibilidade e autenticidade das provas eletrónicas, Troiano testemunhou que cruzou os nomes e números de telefone associados aos participantes destes grupos do Signal. Ele disse que esta etapa foi essencial para garantir que a comunicação digital dentro desses grupos fosse uma base confiável para o ensaio.

Um aspecto crítico que Troiano destacou foi o grande volume de grupos Signal nos quais a SBF estava envolvida. Ele revelou que o ex-bilionário havia participado de mais de 300 grupos Signal entre 2021 e 2022. Esta informação sugere que a SBF estava amplamente envolvida em comunicações e colaborações digitais. Durante o período.

Além disso, Troiano observou que uma parte substancial desses grupos de Signal – cerca de 288 deles – tinha a funcionalidade de exclusão automática habilitada. Este recurso exclui mensagens automaticamente após um período definido, o que pode afetar a retenção de dados e a preservação de informações dentro desses grupos.

Interrogatório

Durante o interrogatório de Troiano, a defesa teve como objetivo esclarecer vários aspectos cruciais do caso.

A defesa começou por procurar estabelecer que Troiano não tinha trabalhado diretamente no caso, sugerindo um certo distanciamento das circunstâncias específicas. Os advogados posteriormente se dedicaram à elaboração e tratamento de um significativo documento apresentado durante o depoimento de Troiano denominado GX 1083.

Troiano confirmou não ser o autor deste documento e tê-lo recebido do Ministério Público. Além disso, a defesa questionou sobre a possibilidade de alterações no GX 1083, com Troiano reconhecendo que o Ministério Público teria feito quaisquer alterações.

A defesa também investigou a compreensão do Agente Troiano sobre o aplicativo de mensagens seguro Signal e a importância de uma coluna de exclusão automática no GX 1083. A verificação de identidade dentro dos grupos Signal e a natureza desses grupos foram pontos de interesse adicionais.

O objetivo geral do interrogatório da defesa foi lançar luz sobre várias facetas do depoimento de Troiano, avaliar a credibilidade das provas apresentadas e potencialmente descobrir quaisquer inconsistências ou lacunas pertinentes ao caso da SBF.

Troiano foi dispensado do depoimento e a sala do tribunal fez uma pausa até as 14h, quando a defesa começou a apresentar sua defesa. No entanto, o júri foi mandado para casa antes que a SBF se manifestasse.

SBF se posiciona

Durante seu depoimento, a SBF abordou diversos pontos críticos relevantes ao caso.

O advogado de defesa Mark Cohen iniciou o questionamento perguntando sobre as plataformas de comunicação utilizadas pela FTX. A SBF mencionou Telegraph, Slack e Signal como as principais plataformas empregadas pela empresa.

Ao ser questionada sobre o Signal, a SBF esclareceu que ele não foi salvo por nenhum host, destacando a importância da criptografia para proteger os dados devido a preocupações com falhas de segurança.

A SBF explicou então que a FTX estava sediada em Hong Kong e teve preocupações de segurança durante sua estada lá. Além disso, havia preocupações sobre a possibilidade de ex-funcionários venderem dados a concorrentes.

Quando questionada se a FTX foi hackeada, a SBF afirmou que nunca houve uma violação central, mas reconheceu que terceiros sofreram hacks.

A discussão então se voltou para a retenção de documentos, com a SBF mencionando que Dan Friedman, que trabalhou anteriormente na Fenwick & West, esteve envolvido na definição da política. Quando questionado sobre o que os participantes poderiam fazer com as mensagens, a SBF explicou que as mensagens poderiam ser configuradas para exclusão automática para discussões informais no Signal.

Contudo, o juiz Kaplan solicitou informações mais específicas e Cohen perguntou se a SBF agiu de acordo com a política de retenção de documentos. A SBF indicou que, até onde ele sabe, cumpriu a política e que a exclusão automática era normalmente usada para canais que não tomam decisões.

Cohen então apresentou o documento GX 1083 e questionou por que a SBF havia desativado a exclusão automática. A SBF explicou que ouviu preocupações dos reguladores. Cohen também perguntou sobre indivíduos como Ryne Miller, conselheiro geral da FTX US, e Brett Harrison, CEO da FTX US, sobre a política de retenção de documentos.

Seguindo em frente, a discussão passou para a Dimensão Norte, com a SBF revelando que a Alameda a montou em 2020. Mencionou ainda que Friedberg lhe forneceu documentos para assinar para esse fim.

Cohen perguntou sobre a assinatura da SBF tanto para a FTX quanto para a Alameda, ao que a SBF respondeu que ele era o CEO de ambas as entidades na época e que a FTX não tinha conta bancária. A SBF também expressou sua convicção de que a aceitação de depósitos FTX através da Alameda era legal.

Um documento de solicitação bancária para a conta bancária da Dimensão Norte foi apresentado durante o interrogatório, com a assinatura de Dan Friedberg.

A SBF também confirmou que os recursos para investimentos de capital de risco vieram da Alameda Research.

Interrogatório

A SBF enfrentou implacáveis ​​interrogatórios da promotora norte-americana Danielle Sassoon, que visava esclarecer vários aspectos do caso, incluindo a alegada apropriação indébita de fundos de clientes e práticas de comunicação questionáveis ​​dentro da empresa.

Ao longo do interrogatório, a SBF frequentemente se desculpou por não compreender ou não responder corretamente às questões. Ele usou repetidamente a palavra “contemporaneamente” quando questionado sobre sua compreensão de documentos ou conversas, o que pareceu frustrar o promotor.

Sassoon interrompeu a SBF várias vezes, insistindo que respondesse diretamente às perguntas dela.

Um ponto notável de discórdia foi a finalidade da conta bancária da Dimensão Norte e quem decidiu aceitar depósitos de clientes nessa conta. A SBF referiu-se repetidamente a um acordo de agente de pagamento entre a Alameda e a FTX, que ele havia assinado, e não forneceu uma resposta direta à pergunta.

Sassoon também perguntou sobre o recurso de exclusão automática em alguns bate-papos do Signal para determinar se a SBF ou a ex-CEO da Alameda, Caroline Ellison, discutiram o suposto buraco de US$ 13 bilhões nos fundos dos clientes usando este aplicativo de mensagens. A SBF respondeu com incerteza e disse que “provavelmente” sim, mas ele não tinha certeza.

Quando questionada sobre quaisquer comunicações em papel com advogados, a SBF mencionou que eles solicitaram alguns documentos, mas não os receberam, embora o julgamento já estivesse em andamento há aproximadamente quatro semanas.

Neste ponto, o juiz Kaplan instou-o a ouvir as perguntas e a fornecer respostas diretas.

Um momento interessante ocorreu quando Sassoon perguntou se a SBF entendia que salvaguardar os ativos dos clientes incluía não desviar esses fundos, resultando em uma objeção da defesa.

O questionamento persistente de Sassoon levou a inúmeras objeções da defesa, com Cohen observando que o interrogatório havia excedido seu escopo e se assemelhava a um depoimento.

No entanto, o juiz Kaplan permitiu que o interrogatório continuasse apesar dessas objeções. O depoimento e o interrogatório da SBF duraram cerca de três horas. O tribunal deve se reunir novamente em 27 de outubro.

Qual é o próximo?

O julgamento está agora em seus estágios finais, e espera-se que testemunhas adicionais, incluindo Krystal Rolle e Joseph Pimbley, deponham.

O depoimento de Rolle fornecerá informações sobre uma reunião entre a SBF e os reguladores das Bahamas em novembro de 2022, enquanto Pimbley, um especialista em banco de dados, discutirá dados relacionados aos saldos de cartas de crédito.

À medida que o julgamento se aproxima da conclusão, o juiz Kaplan expressou preocupação com a extensa documentação apresentada durante o processo, referindo-se a ela, brincando, como “o desmatamento da América”.

O resultado do julgamento permanece incerto, esperando-se que as deliberações do júri sigam os últimos dias de depoimentos.

Publicado em: FTX, NÓS, Jurídico

Fonte

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