O terceiro dia do julgamento contra Sam Bankman-Fried (SBF) revelou insights mais profundos sobre as operações financeiras da empresa e os hábitos pessoais do seu fundador.
Na sessão da manhã, o depoimento de Adam Yedidia, um conhecido universitário de Bankman-Fried e ex-funcionário da Alameda e da FTX, deu uma ideia das operações de back-end da FTX.
Yedidia se aprofundou em seu trabalho de automatização de depósitos e retiradas de clientes, revelando uma falha que inflou o FTX [email protected] conta em colossais US$ 8 bilhões.
A promotoria desviou a atenção do tribunal para o forte contraste entre os escritórios originais da FTX em Hong Kong, que eram extremamente simples em comparação com os escritórios opulentos e a quadra de paddle nas Bahamas. Enfatizando sinais de opulência, a promotoria também apresentou imagens da cobertura da SBF.
A defesa rebateu o argumento da opulência alegando que a cobertura era uma residência compartilhada, enquanto os escritórios eram um sinal do sucesso do mercado de criptografia naquele período. Acrescentaram que SBF não possuía iate e dirigia um Toyota Corolla, argumentando que ele levava uma vida simples e que as alegações de opulência da promotoria eram infundadas.
Uma anedota sobre a preferência da SBF por dormir em um pufe em Hong Kong, que ocasionalmente se transformava em cochilos nas Bahamas, proporcionou um momento mais leve ao processo.
A sessão da tarde foi marcada pelo depoimento de Matt Huang, cofundador da Paradigm, importante investidor na FTX. O depoimento de Huang destacou suas preocupações sobre a falta de uma estrutura de governança tradicional da FTX e possíveis condições favoráveis para a Alameda Research.
Gary Wang, diretor de tecnologia da FTX, admitiu má conduta financeira durante sua gestão na FTX durante seu depoimento. Ele discutiu ainda privilégios específicos supostamente concedidos à Alameda Research por instrução da SBF.
O juiz Lewis Kaplan não hesitou em intervir, repreendendo a defesa em diversas ocasiões pelas repetitivas linhas de interrogatório, especialmente durante o interrogatório de Yedidia.
Fora do estande, o dia foi salpicado de menções a um livro, “Number Go Up”, de Zeke Faux, que narra a descida da SBF na indústria de criptografia.
O julgamento, atraindo a atenção nacional, deve continuar com o depoimento de Wang e as indicações da promotoria de que as testemunhas subsequentes incluirão pesos pesados da indústria, como o CEO da BlockFi, Zac Prince, e Elan Dekel, da Pinecone.
Em outras notícias…
Jatos particulares no valor de US$ 70 milhões em risco no julgamento de Bankman-Fried
Os promotores federais têm como alvo dois jatos particulares, um Bombardier Global 5000 e um Embraer Legacy, ligados ao executivo de criptomoedas Sam Bankman-Fried.
A aeronave, no valor combinado de US$ 70 milhões, pode ser confiscada devido à sua conexão com supostas atividades ilícitas de Bankman-Fried. O executivo da criptografia, que está atualmente em julgamento, negou todas as acusações contra ele.
Backdoor oculto da FTX Exchange exposto
Funcionários da FTX baseados nos EUA supostamente descobriram um backdoor secreto no sistema da bolsa que permitiu à Alameda Research acessar os fundos dos clientes.
Esta revelação levantou preocupações e cepticismo, especialmente com a ex-CEO da Alameda, Caroline Ellison, e outros executivos reconhecendo a utilização destes fundos.
Credores da FTX de olho no potencial investimento antrópico do Google
Os credores da agora falida FTX estão otimistas, já que o Google considera um investimento de US$ 2 bilhões na empresa de IA Anthropic. Anteriormente, a FTX e a Alameda Research haviam investido juntas US$ 500 milhões na Anthropic.
Se este novo investimento se concretizar, poderá aumentar significativamente o valor da participação da FTX, ajudando a compensar os utilizadores extintos da bolsa.
FTX Exploiter converte ETH roubado em BTC
O indivíduo responsável pela exploração da FTX converteu outros US$ 25 milhões de Ethereum roubado em Bitcoin. A conversão foi executada via roteador THORChain, com o explorador agora tendo convertido um total de US$ 100 milhões desde o hack em janeiro de 2023.
Essas medidas coincidiram com o início do julgamento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, gerando especulações de que uma pessoa de dentro pode estar envolvida no hack.