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Julgamento da SBF, dia 16 – Ambos os lados apresentam argumentos finais enquanto o júri se prepara para deliberar

O julgamento de Sam Bankman-Fried (SBF) atingiu o auge em 1º de novembro, com ambos os lados apresentando seus argumentos finais ao júri antes de este deliberar sobre um veredicto.

O argumento final da acusação girou em torno de retratar Bankman-Fried como um mentiroso em série movido pela ganância e que intencionalmente recebia depósitos de clientes em condições fraudulentas e os gastava.

Entretanto, a defesa disse ao júri que a representação do ex-bilionário feita pelo governo era injusta e falsa, sustentando que as falhas de Bankman-Fried eram uma série de erros empresariais.

Ganância e fraude

O procurador-assistente dos EUA, Nicolas Roos, iniciou as declarações finais da acusação enfatizando o enorme peso das provas apresentadas pelas principais testemunhas ao longo do julgamento. Ele reiterou ao júri:

“Há quase um ano, milhares de pessoas de todo o mundo que depositaram dinheiro na FTX começaram a sacar fundos.”

É indiscutível que impressionantes US$ 10 bilhões da exchange de criptomoedas da FTX desapareceram, com uma parte utilizada para fins variados, como investimentos imobiliários, reembolsos de empréstimos e doações políticas.

Roos insistiu no cerne da questão para o júri: se a SBF reconheceu como erradas suas ações de apropriação indébita de fundos. Ele afirmou:

“O réu tramou e mentiu para conseguir dinheiro, que gastou.”

Roos também destacou a diferença na atitude da SBF ao responder às perguntas de sua defesa em relação às da acusação. Ele destacou os repetidos casos em que o réu respondeu “Não me lembro” durante o interrogatório, observando que o número ultrapassou 140 vezes.

O promotor também chamou a atenção do júri para o cronograma de decisões financeiras questionáveis ​​tomadas direta e exclusivamente pela SBF, incluindo transferências massivas para diversas entidades e despesas pessoais. Roos encerrou seu argumento afirmando:

“Isso é tudo que você precisa saber para considerá-lo culpado.”

Roos forneceu um cronograma abrangente aos jurados durante seu discurso, detalhando momentos como a descoberta da SBF de um buraco de US$ 13,7 bilhões nas finanças da FTX e nas transações financeiras subsequentes, sugerindo que eles demonstraram a culpa do réu.

A SBF agiu de boa fé

A defesa pintou um quadro totalmente diferente para o júri durante seu argumento final, quando o advogado principal Mark Cohen assumiu o comando para defender a SBF.

Cohen começou dizendo ao júri que a representação da SBF pelo governo é uma caricatura que tentou fazê-lo parecer um “monstro” e um “vilão”. Ele argumentou que o caso foi construído na falsa premissa de que a FTX foi projetada como uma empresa fraudulenta para roubar intencionalmente fundos de clientes.

Cohen lamentou a narrativa que a promotoria desenvolveu, comparando-a a um filme em que seu cliente estava sendo difamado. Ele acrescentou que a promotoria usou as escolhas de estilo de vida e relacionamentos da SBF para retratá-lo como um “monstro” sem provar sua culpa. Cohen comentou:

“Todo filme precisa de um vilão.”

A defesa passou a bifurcar o caso em dois períodos distintos. A primeira durou de 2019 a 2021, onde ele afirmou que não havia nenhum indício de intenção criminosa e que todos os envolvidos acreditavam que faziam parte da exchange de criptomoedas mais bem-sucedida do mundo.

O segundo período — de junho de 2022 a novembro de 2022 — marcou a recessão do setor, quando muitas empresas faliram e o uso indevido de fundos de clientes pela Alameda veio à tona.

Cohen disse ao júri que a SBF acreditava que o défice era um problema de liquidez e não uma questão de solvência e pensava que havia fundos suficientes para lidar com a questão dentro e fora da bolsa. Ele enfatizou ainda que más decisões empresariais não equivalem a atos criminosos.

A defesa instou o júri a reconhecer a distinção e a compreender que o ónus de provar a intenção criminosa da SBF recai fortemente sobre a acusação, um ónus que a defesa acredita não ter sido cumprido.

Deliberações

O julgamento está previsto para ser concluído nos próximos dias, esperando-se que o júri delibere e chegue a um veredicto dentro de um ou dois dias, salvo atrasos imprevistos.

O julgamento, que começou no início de outubro, contou com depoimentos de diversas testemunhas importantes, incluindo pessoas próximas à SBF. Entre eles estavam Caroline Ellison, sua ex-namorada e ex-co-CEO da Alameda, e Gary Wang, cofundador da FTX.

Ambos se confessaram culpados das acusações em dezembro de 2022 e serviram como testemunhas-chave da acusação durante o julgamento.

O juiz Lewis Kaplan, que supervisionou o julgamento, expressou o desejo de um veredicto até a noite de 2 de novembro. Ele perguntou se o júri concordaria em estender seu horário para garantir que um veredicto fosse alcançado a tempo.

Se for condenada, a SBF enfrenta uma potencial pena de prisão perpétua por acusações que incluem fraude eletrônica, fraude de títulos e lavagem de dinheiro, todas ligadas à queda dramática da FTX e do seu fundo de hedge irmão, Alameda Research.

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