Segundo o professor de relações internacionais da ESPM Gunther Rudzit, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estaria prolongando deliberadamente os conflitos com o Hamas e o Hezbollah como uma manobra política para se manter no poder.
Rudzit destacou uma recente demonstração de superioridade tecnológica de Israel, especialmente na interceptação de mísseis iranianos e nas operações contra o Hezbollah no Líbano.
No entanto, o especialista questionou o objetivo estratégico por trás dessas ações, especialmente a divulgação de informações sobre a infiltração nos sistemas de comunicação do Hezbollah.
Exposição de vantagens competitivas
O professor explicou que, normalmente, um governo só expõe uma vantagem tática, como a infiltração em sistemas de comunicação inimigos, quando não vai mais utilizá-la ou quando está prestes a ser descoberta.
Neste caso, aparentemente, o Hezbollah não tinha conhecimento da infiltração, o que tornou a decisão de Israel de revelar essa informação ainda mais intrigante.
Rudzit sugere que a única explicação plausível para essa estratégia é o desejo de Netanyahu de prolongar o conflito.
Com as operações militares na Faixa de Gaza praticamente concluídas e o Hamas concluído derrotado, o primeiro-ministro enfrentaria uma forte oposição interna caso a guerra terminasse.
Implicações políticas e internacionais
Ao expandir o conflito, Netanyahu não apenas se mantém no poder, mas também continua prejudicando as chances eleitorais do presidente Joe Biden nos Estados Unidos.
O professor argumenta que o primeiro-ministro israelense prefere o retorno de Donald Trump à Presidência americana, esperando uma política mais favorável a Israel.
A análise de Rudzit lança luz sobre as complexas interações entre estratégia militar, política interna e relações internacionais no contexto do conflito no Oriente Médio.
Ela sugere que as decisões táticas de Israel podem ser influenciadas mais por considerações políticas do que por necessidades puramente militares.