O Exército de Israel anunciou neste domingo (19) o início de “extensas operações terrestres” no norte e no sul de Gaza. Essa ação intensifica uma nova campanha no território, onde, segundo autoridades de saúde palestinas, ataques israelenses mataram pelo menos 130 pessoas durante a noite.
O anúncio de Israel ocorreu após fontes de ambos os lados informarem que não houve progresso em uma nova rodada de negociações indiretas entre Israel e o grupo rebelde palestino Hamas, mediadas pelo Catar.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que as últimas negociações em Doha incluíram discussões sobre uma trégua e um acordo para a libertação de reféns. Também foi apresentada uma proposta para encerrar a guerra em troca do exílio de militantes do Hamas e da desmilitarização do território – termos que o Hamas já havia rejeitado.
Embora o conteúdo da declaração israelense estivesse alinhado com pronunciamentos anteriores, o momento em que as negociações se reuniram ofereceu alguma perspectiva de flexibilidade na posição de Israel. No entanto, um alto funcionário israelense afirmou que não houve avanços nas negociações até o momento.
O exército israelense relatou ter realizado uma onda preliminar de ataques contra mais de 670 alvos do Hamas em Gaza na última semana, em apoio a uma operação denominada “Carruagens de Gideão”. O grupo militar afirmou ter matado dezenas de combatentes do Hamas. Contudo, autoridades de saúde palestinas alegam que centenas de pessoas foram mortas, incluindo muitas mulheres e crianças.
Sobre as negociações em Doha, um representante do Hamas declarou à agência de notícias Reuters que “a posição de Israel permanece inalterada: eles querem libertar os prisioneiros (reféns) sem compromisso”. O representante reiterou que o Hamas propõe a libertação de todos os reféns israelenses em troca do fim da guerra, da retirada das tropas israelenses, do fim do bloqueio à ajuda humanitária para Gaza e da libertação de prisioneiros palestinos.
O objetivo declarado de Israel em Gaza é a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas, que atacou comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas. A ofensiva militar israelense devastou o território, expulsando quase todos os moradores de suas casas e matando mais de 35 mil pessoas, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
