O Bitcoin, a principal criptomoeda do mundo, parece estar em terreno instável à medida que se aproxima setembro, historicamente um mês desafiador para o ativo digital.
A incerteza resulta de uma combinação de factores, incluindo a última decisão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e preocupações macroeconómicas mais amplas.
Agosto terminou com o Bitcoin enfrentando um revés ao abrir mão de seus ganhos após a decisão da SEC de adiar sua decisão sobre um fundo negociado em bolsa (ETF) à vista do Bitcoin.
Este atraso regulatório levantou questões sobre o momento da potencial adoção generalizada de veículos de investimento em Bitcoin.
Especialistas avaliam Bitcoin
De acordo com Noelle Acheson, autora de “Crypto is Macro Now”, os investidores devem monitorizar de perto o crescente défice orçamental dos EUA.
Em um Relatório de bloqueiosAcheson adverte que um défice crescente pode levar a um aumento das emissões de dívida, mas a confluência da menor procura global de dívida pública americana e os esforços do banco central para reduzir as suas participações no balanço podem resultar numa escassez de compradores.
Acheson observou que “A Fed poderia ser incentivada a alterar a sua estratégia em caso de necessidade urgente”, potencialmente reacendendo os dias de impressão de dinheiro de 2020-21.
“Isso deve levar a um cenário em que mais uma vez o BTC supera as ações, dada a sua sensibilidade à liquidez, a sua relação inversa com o dólar e o seu distanciamento da crise económica que afeta as grandes economias do mundo”, acrescentou.
BTCUSD trading at $25,931 today. Chart: TradingView.com
O Bitcoin tem um padrão histórico de dificuldades no mês de setembro, com seis anos consecutivos de mau desempenho. Mesmo durante a etapa final do mercado altista anterior em 2021, a moeda alfa perdeu 7% em setembro, antes de se recuperar com um ganho de 40% no mês seguinte, conforme apontado por Acheson.
Tom Essaye, fundador da Sevens Report Research, também destacou o maior foco da Reserva Federal nas taxas de inflação “super-core”, que subiram para 3,9%, face aos 3,2% em Junho. Ele prevê uma postura mais agressiva por parte do Fed, um fator ainda não totalmente contabilizado nos mercados financeiros e no setor de criptomoedas.
Uma perspectiva otimista
Em meio a esses desafios, o touro Bitcoin Anthony Pompliano oferece uma perspectiva mais otimista. Ele acredita que dois choques potenciais nos próximos meses poderão reacender um mercado altista que lembra 2020.
Em um recente Entrevista na TVPompliano prevê que os reguladores acabarão por aprovar um ETF Bitcoin baseado em spot, proporcionando um impulso significativo à acessibilidade e adoção do BTC.
Além disso, ele sugere que a aprovação de um ETF Bitcoin coincidindo com o próximo halving do BTC, estimado para ocorrer em abril de 2024, poderia impulsionar o Bitcoin para um mercado em alta.
À medida que o Bitcoin navega nestas águas turbulentas, a comunidade das criptomoedas permanece atenta aos desenvolvimentos regulamentares, às mudanças macroeconómicas e ao potencial de catalisadores que alteram o mercado no horizonte.
Imagem em destaque de Instituto de Finanças Corporativas