Furtocabosrio.jpg

Furto de cabos da Light no Rio em 2023 corresponde a quatro voltas na orla de Copacabana

Um levantamento da Light, empresa que fornece energia para o Rio de Janeiro, mostra que o furo de cabos da rede subterrânea da empresa na Região Metropolitana aumentou 160% em 2023 em relação ao ano anterior.

Foram mais de 16 mil metros de cabos de cobre furtados no ano passado, o equivalente a quatro voltas completas na orla de Copacabana, na Zona Sul da cidade. No ano anterior, foram subtraídos um pouco mais de seis mil metros de fios.

Em 2023, a companhia registrou 373 ocorrências, que deixaram 192.377 mil clientes sem luz por um tempo de quase duas horas. Os atos de vandalismo também fizeram a empresa gastar quase R$ 4 milhões para reportar o material.

No ranking dos bairros com maior incidência, a Tijuca, na Zona Norte, aparece em primeiro lugar, com 94 ocorrências. Depois vem a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, com 80 casos; e Recreio, também na Zona Oeste, com 45 registros. Durante o ano, também ocorreram furtos de cabos no Centro do Rio e nos bairros do Maracanã e Vila Isabel, na Zona Norte.

Uma câmera de segurança flagrou, no último dia 30, um homem tentando furtar cabos com uma serra na Praça da Bandeira, na Zona Norte. As imagens, que viralizaram nas redes sociais, mostram o suspeito ocorrido ao chão durante uma empreitada mal-sucedida.

A Light afirmou que vem buscando alternativas para combater os furtos. Uma das soluções sugeridas pela empresa é a substituição da matéria prima dos cabos, trocando cobre por alumínio, que tem menor valor comercial.

“Além disso, são renovadas medidas de proteção mecânica para impedir o acesso de terceiros aos ativos da empresa, como o uso de tampas antifurto, substituição de cabos de cobre por alumínio e utilização de cordoalhas de aço – materiais de menor valor agregado que geralmente são desvalorizados no mercado”, explica Leonardo Bersot, gerente de Operação e Manutenção da Rede Subterrânea da Light.

A CNN Entrei em contato com a Supervia, fornecedora que administra o serviço dos trens no Rio de Janeiro. A empresa é alvo constante de roubos de cabos e outros materiais. A Supervia não informou números recentes de furtos. No entanto, entre março de 2022 e fevereiro de 2023, a empresa teve cerca de 130 km de cabos furtados, o que significou um prejuízo de mais de R$ 12 milhões. O Ramal de Deodoro é o mais prejudicado, e os trechos mais problemáticos são entre as estações de Riachuelo e Engenho Novo e entre Engenho de Dentro e Quintino, ambos na Zona Norte.

Já a Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, informou que houve queda de 55% no roubo de cabos no primeiro semestre de 2023 em relação ao primeiro semestre de 2022. No entanto, a empresa relatou outra dificuldade relacionada a violência: o bloqueio de acesso das equipes para a manutenção dos equipamentos em determinadas áreas do estado devido ao crime organizado.

A Enel, que também foi procurada pela reportagem, afirmou que não há dados atualizados relevantes sobre este tipo de ocorrência.

Na capital fluminense

Em setembro de 2011, um projeto de lei de Eduardo Paes, que também foi prefeito do Rio na época, determinou que toda a rede de colunas aéreas da capital fluminense passasse a ser subterrânea. Na ocasião, o prazo para que as empresas se adequassem era de 5 anos. No entanto, até hoje o município segue com a concentração aérea.

O caso foi judicializado e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o custo para aterrar seria demasiado elevado para as empresas. Em 2020, o município recorreu da decisão, mas o processo transitou em julgado e não cabe mais recurso.

Fonte

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *