Pesquisa revela que maior preocupação é o vazamento de informações sensíveis de dados bancários
O fornecimento de dados biométricos, como impressões digitais e reconhecimento facial, está gerando crescente preocupação entre os usuários de internet no Brasil. Um estudo recente do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), revela que 60% dos brasileiros se sentem inseguros ao compartilhar essas informações sensíveis.
Conforme a pesquisa, 32% dos entrevistados com 16 anos ou mais expressaram estar “muito preocupados” com o fornecimento de dados biométricos, enquanto outros 28% se disseram “preocupados”. Esses números refletem uma crescente apreensão com a privacidade e segurança na era digital.
Preocupações com setores e organizações
O estudo aponta que as instituições financeiras são os locais onde os usuários mais se sentem inseguros ao fornecer dados biométricos. Cerca de 37% dos participantes afirmaram estar “muito preocupados” e 36% estão “preocupados” com a segurança desses dados quando compartilhados com essas instituições.
Órgãos de governo e setores de transporte público também são áreas de alta preocupação, com aproximadamente 35% a 38% dos usuários expressando apreensão ao compartilhar informações nesses contextos.
Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, destaca que o crescimento do uso de tecnologias baseadas em biometria está diretamente ligado a essas preocupações. “Com a ampliação do uso de sistemas baseados em reconhecimento facial e impressão digital, é compreensível que as pessoas estejam mais preocupadas em fornecer seus dados biométricos. Nesse contexto, é fundamental que empresas e governos aprimorem suas estratégias de proteção de dados pessoais e segurança da informação”, afirma Barbosa.
Transformação dos dispositivos e a era da biometria
O impacto do fornecimento de dados biométricos é evidente no cotidiano dos usuários, especialmente com a popularização de dispositivos que utilizam essas tecnologias. Modelos modernos de smartphones, como o S24, exemplificam como a biometria pode transformar a experiência do usuário.
Esses aparelhos permitem que os usuários desbloqueiem seus dispositivos e autentiquem transações usando apenas a impressão digital ou o reconhecimento facial, oferecendo conveniência e segurança aprimoradas.
Entretanto, essa inovação também intensifica as preocupações sobre como essas informações são armazenadas e protegidas. A adoção crescente de tecnologias como sensores de impressão digital e câmeras de reconhecimento facial levanta questões importantes sobre a segurança dos dados biométricos, que estão cada vez mais no centro das discussões sobre privacidade.
Impacto da LGPD e medidas de proteção
O aumento da preocupação com dados biométricos também está relacionado à necessidade de conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Entre 2021 e 2023, houve um avanço significativo na adequação das empresas à LGPD, com um aumento de 24% para 31% na conformidade entre pequenas empresas e de 61% para 67% nas grandes empresas. Esses ajustes visam assegurar que as organizações tratem dados pessoais, incluindo dados biométricos, com a devida segurança e transparência.
Embora haja avanços, a adoção de boas práticas de proteção de dados ainda varia entre setores e tamanhos de empresas. A pesquisa indica que, apesar das melhorias, há espaço para uma maior implementação de medidas de proteção e conscientização sobre privacidade, especialmente entre pequenas empresas e órgãos públicos.
A preocupação com o fornecimento de dados biométricos destaca a importância da privacidade e segurança na era digital. Com a popularização de tecnologias como reconhecimento facial e impressão digital, é essencial que tanto empresas quanto instituições governamentais trabalhem para fortalecer a proteção desses dados sensíveis, garantindo a confiança dos usuários em um ambiente cada vez mais digital.
