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Família fica presa em São Sebastião; helicópteros cobram até R$ 16 mil para sair

Em depoimento à CNNa esteticista Priscilla Gidget, 52 anos, conto que é uma das dezenas de pessoas que estão presas em um condomínio de casas em Camburi, praia de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, depois das fortes chuvas que atingem a região desde o fim de semana.

Ela conta estar presa com a família e amigos há quase dois dias, desde a madrugada de sábado para domingo, num grupo de três casais e três crianças de 10 anos, depois que houve emoções que bloquearam as duas vias de acesso ao condomínio.

A casa está sem energia e sem acesso a internet – “conseguimos sair a pé por um portão pequeno que vai para o centro e usar a internet de um hotel para avisar as famílias”, conta -, e os alimentos também já começam a faltar. Nos supermercados locais, as vendas estão racionadas e já faltam itens básicos.

“Hoje fomos no mercado, Ficar 2h40 na fila e, quando chegar lá, só pode comprar dois litros de água”, conto Priscilla, que falou com a CNN por telefone na tarde desta segunda-feira (20).

“O mercado não tem mais papel higiênico, não tem macarrão, arroz, feijão. Até trouxemos [de São Paulo], mas está acabando, porque estamos com as crianças. Damos primeiro para elas e depois comemos o que sobra.”

De acordo com Priscilla, que mora na zona leste da capital paulista, há, na região central de Camburi, empresas de helicópteros e táxis aéreos oferecem voos fretados para deixar a cidade, que está com os principais acessos por terra bloqueados, caso da rodovia Rio -Santos, que teve trechos destruídos.

Os valores, afirma, chegam aos R$ 16 mil para seis pessoas.

“Eles estão no centro de Camburi e ficam fazendo anúncio que estão fretando voos para São Paulo. Não pode ir com as malas, pois as malas ficam aqui com o carro. Cabem seis pessoas e eles cobram R$ 16 mil, para dividir a viagem”, diz Priscilla.

“Poderiam aproveitar esse comércio aéreo”, sugere. “Como estão vendendo esses voos pra quem tem dinheiro, estão com a liberação aérea para isso, daria para trazer água, alimentos. Se eles estão indo para São Paulo, estão voltando com uma aeronave vazia.”

A paulistana está em condomínio onde há, nesse momento, cerca de 300 outras pessoas, de acordo com ela.

São Sebastião foi a cidade mais atingida pelas chuvas fortes que deixaram um rastro de destruição em diversos pontos do litoral paulista no fim de semana.

Por volta das 18h desse domingo, as autoridades já contavam 37 mortos na região, dos quais 36 estavam em São Sebastião. Há ainda outros 40 desaparecidos, segundo o governo do estado e a prefeitura de São Sebastião, além de 1.730 pessoas desalojadas e 766 desabrigadas. As buscas prosseguem nesta segunda-feira (20).

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