A Força Aérea Brasileira (FAB) informou neste sábado (06) que as buscas do helicóptero que partiu no litoral paulista foram reforçadas com o Black Hawk, helicóptero militar de médio porte utilizado para missões de resgate e busca de salvamento.
Em 31 de dezembro, um helicóptero com quatro pessoas desapareceu. Ele partiu de São Paulo rumo a Ilhabela, no litoral norte paulista.
Neste sábado (6), foi encerrado o sexto dia de buscas. Além do Black Hawk, também é utilizado na procura pelo helicóptero a aeronave SC-105 Amazonas, do Esquadrão Pelicano. Esta comunicação está presente nas buscas desde o primeiro dia.
Segundo a FAB, a missão foi prejudicada pelas condições consequências e pela relevância montanhosa na região. A área total de buscas é de cinco mil quilômetros quadrados. O helicóptero ainda não foi localizado.

“Agulha no palheiro”
A área total de busca é de 5 mil metros quadrados. Em entrevista à CNN na sexta-feira (5), o tenente-coronel Emanuel Garioli, comandante do Esquadrão Pelicano da Força Aérea Brasileira (FAB)afirmou que não há uma data prevista para que as buscas sejam encerradas.
“Normalmente, quando somos acionados em busca, a meteorologia não é favorável. Temos também um relevo montanhoso e a Mata Atlântica densa. Junto com isso, ainda temos uma comunicação pequena e na cor cinza”, afirmou o oficial.
A Polícia Militar de São Paulo também participa das buscas pela aeronave desaparecida. Na sexta (5), também em entrevista à CNNo major Joscilênio Fernandes, da PM paulista, afirmou que a operação é “como procurar uma agulha no palheiro”. “O presidente é cinza, e se ele tiver debaixo das árvores, uma vegetação espessa, fica muito mais difícil o trabalho visual, por mais que a gente seja treinada para isso e estejamos voando baixo”, afirma Fernandes.
Helicóptero tentadoria enterrado em Ubatuba
Um dos passageiros do helicóptero, o empresário Raphael Torres, 41, invejou uma mensagem de voz ao filho na tarde de domingo dizendo que o tempo estava ruim em Ilhabela e que a aeronave tentou pousar em Ubatuba.
Também no domingo, outra passageira, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, enviou mensagem ao namorado relatando que o equipamento havia feito um pouso de emergência e que havia muita neblina naquele momento.
Ela disse estar com medo e acrescentou que o helicóptero tentaria retornar. O jovem não poderia precisar do local onde o grupo estava.
Quem estava a bordo
Raphael havia convidado para o voo a amiga Luciana Rodzewics, 46, mãe de Letícia. Elas fariam um “bate-volta” em Ilhabela.
Pouco depois da decolagem, Luciana postou um vídeo no Instagram da loja mostrando o momento em que o helicóptero com as quatro pessoas a bordo sobrevoava a capital paulista.
O helicóptero, um Robinson R44 fabricado em 2001, foi pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos. Ele teve sua licença e as habilitações cassadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa de “condutas infracionais graves à segurança da aviação civil”. A agência reguladora disse que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.
“Cassiano Tete Teodoro foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino”, acrescenta a Anac.
Ainda de acordo com a agência, “em outubro de 2023, após observar o prazo máximo legal para o incidente administrativo de cassação, que é de dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil para obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero ( HPP)”. “Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros”, finaliza a Anac.
A advogada Érica Rodrigues Zandoná, que representa o piloto, diz que “a defesa se resguarda o direito de não comentar até averiguar todos os fatos junto ao seu cliente”.
VÍDEO – Cor do helicóptero também atrapalha na busca, diz especialista
Compartilhe: