Guy Philippe, que ajudou a liderar um golpe no Haiti em 2004 e retornou à ilha do Caribe no ano passado depois de cumprir pena de prisão nos EUA, fracassou na sexta-feira (8) a renúncia do primeiro-ministro do país e disse que queria se tornar presidente.
Meses de violência levaram o governo do Haiti à beira do colapso, com gangues cada vez mais poderosas a exigir a demissão do primeiro-ministro Ariel Henry, que permanecem fora do país, aparentemente incapacitados ou sem vontade de regressar.
“Ele deveria renunciar”, disse Philippe, um ex-chefe de polícia de 56 anos, em entrevista à Reuters pelo Zoom do Haiti na sexta-feira (8). “Acho que ele deveria ficar onde está agora… e deixar os haitianos decidirem seu destino.”
A porta-voz de Henry não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Henry deixou o Haiti na semana passada para garantir a liderança do Quênia em uma missão de segurança reforçada pela ONU, há muito adiada, que solicita pela primeira vez em 2022 para ajudar a combater as gangues. Acredita-se que ele ainda está em Porto Rico, onde chegou na terça-feira (5).
Em 2004, Philippe foi um dos principais líderes na derrubada bem-sucedida do presidente Jean-Bertrand Aristide. Ele teve uma candidatura fracassada à presidência em 2006, antes de ganhar uma cadeira no Senado em 2016, embora tenha sido preso e extraditado para os Estados Unidos antes de tomar posse do poder.
Philippe foi deportado dos EUA para o Haiti em novembro, depois de cumprir seis anos de pena de prisão por lavagem de dinheiro derivado do tráfico de drogas.
Ele disse que sua prisão não prejudicaria seu futuro político, citando as experiências do ex-líder sul-africano Nelson Mandela, do ex-líder venezuelano Hugo Chávez e do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde o seu regresso ao Haiti, Philippe tem viajado pelo país reunindo apoio e apelando à renúncia do governo.
Tiroteio perto do Palácio Nacional do Haiti
Também nesta sexta-feira (8), um tiroteio foi relatado perto do Palácio Nacional do Haiti, em Porto Príncipe, de acordo com relatos da agência de notícias EFE.
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