Tanques De Guerra Israel Fronteira Gaza.png

Entenda por que a incursão terrestre de Israel em Gaza está demorando; especialistas explicam

Os militares israelenses ordenaram, na última sexta-feira (13), que 1,1 milhão de palestinos na Faixa de Gaza se deslocaram para o sul do enclave. Milhões de habitantes fugiram no último sábado (14)entretanto, uma explosão terrestre que ocorreu, ainda não foi iniciada.

Na última segunda-feira (16), pelo menos cinco pessoas morreram e outras 15 pessoas morreram num ataque aéreo israelense que teve como alvo uma casa de vários andares em Rafah, no sul de Gaza.

Segundo o especialista em segurança internacional Sergio Raza, alguns fatores combinados colaboraram para o atraso, como apoio político, materiais para as Forças de Defesa de Israel (FDI) e o posicionamento de artilharia militar.

“Alguns passos já foram exercícios. Um deles, extremamente importante, foi que Israel teve uma coalizão política interna para poder enfrentar o volume de feridos e mortos que teria numa eventual entrada na Faixa de Gaza. Ter o apoio político interno. A população está muito voltada para a defesa de Israel, de uma forma muito emotiva, inclusive. Houve muita resistência política, mas, o governo de unidade nacional está formado e isso é um grande passo”, diz Raza.

“Outro aspecto importante era a logística. Israel mobilizou 350 mil soldados. Você não tem 300 mil coletes, capacetes e botas na prateleira. Então, tudo isso teve que ser importado, muito em termos de doação. Isso, inclusive, demonstrou uma grande eficiência do Exército, das Forças Armadas de Israel, em receber, testar, organizar e distribuir esse material em um espaço de tempo tão curto”, prossegue.

Raza explica que, entre a quinta e a sexta-feira passada, as forças que estariam em combate já estavam plenamente equipadas.

“O posicionamento dos tanques de artilharia, que tem de ser preposicionado no terreno para fechar o perímetro e, ao mesmo tempo, estar protegido. Você não pode entrar esperando que vão receber com flores e abraços”, declara.

“Então, nessa ação, extremamente lenta e intensa, Israel deu novamente uma grande demonstração de força e eficiência.”

O especialista cita que ainda existem dois fatores que não estão ultrapassados: a resistência da opinião mundial sobre a possibilidade do número de baixas e do grau de violência muito intenso caso Israel entre em Gaza e a neutralização de acesso aos túneis de Gaza.

“A projeção é de milhares e milhares de baixas. Dos dois lados. Civis, de efeito colateral, e de soldados.”

Para Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores, o desafio de uma ocupação é extremamente complexo e contém armadilhas militares e baixa de civis incalculáveis.

“Hoje há, enfim, algum esforço diplomático. Seja o ostensivo, no âmbito do Conselho de Segurança, seja pelas muitas consultas que estão sendo feitas”, cita Lafer.

Veja imagens do conflito entre Israel e o Hamas

Estados Unidos e Reino Unido votaram contra a proposta e, como eles são membros permanentes do Conselho, com poder de veto, o texto não passou. Não houve consenso dos países sobre a sugestão.

O texto russo pedia cessar-fogo imediatamente na região e abertura de corredores humanitários, além de condenar todos os atos terroristas.

“Esse é um texto humanitário, e nós não entenderemos se nenhum dos membros serão rejeitados apenas por motivos políticos”, disse o representante da Rússia.

No apelo pelo cessar-fogo, o representante explicou que isso é necessário porque nenhuma ajuda humanitária pode ser enviada à Faixa de Gaza sem que isso ocorra antes.

Para uma resolução ser aprovada no Conselho de Segurança é preciso que haja votos completos de nove dos 15 membros. Além disso, nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) pode votar qualidades porque possui poder de veto.

Fonte

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *