A Polícia Civil do Rio prendeu, nesta quarta-feira (27), uma quadrilha que vendia, ilegalmente, remédios para emagrecimento. Além disso, os agentes do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) cumprem 12 mandatos de busca e apreensão, expedidos pela 42ª Vara Criminal da Comarca da Capital. Os policiais estão em endereços da capital, da Baixada Fluminense e da Região dos Lagos para apreender as soluções.
As investigações apontam que Marcelly Neves de Lima chefiava uma quadrilha, formada por pelo menos mais cinco pessoas, que usava as redes sociais para vender um produto chamado “Seca Máximo”. Os anúncios afirmavam que se tratava de produto 100% natural, fitoterápico, com o que seria possível um emagrecimento “milagroso”, perdendo-se até 10 kg em menos de duas semanas. Os kits foram vendidos por R$ 110,00.
Segundo a Polícia, a investigação começou após uma vítima, que pediu anonimato, informar ter adquirido o produto e, logo após o uso, passou a ter fortes efeitos colaterais, como tonturas, vômitos, tremores, sudorese, dentre outros. A vítima levou o produto até a polícia. O remédio foi compreendido e enviado para a perícia, que contém substâncias como Sibutramina (inibidor de apetite que atua no sistema nervoso central e precisa de receita médica de controle especial para ser adquirido) e Bisacodil (um laxante).
Durante as pesquisas foram apreendidos diversos frascos contendo os medicamentos, que não têm registro junto à Anvisa, nem apresentam periodicidade de laboratório, lote, validade, bula, nem qualquer traço de legitimidade. O material arquivado foi enviado à perícia.
Nas redes sociais, é possível encontrar diversos depoimentos de mulheres que, assim que iniciaram o “tratamento”, apresentaram efeitos colaterais graves, como tontura e vômitos, mas ao perguntarem se havia algo de errado, recebiam de Marcelly e de outros cinco membros da quadrilha , a informação de que aquilo seria “normal”, e que bastava insistir no uso do medicamento que os efeitos colaterais iriam sumir.
“A minha (pressão) chegou a 70×40. Sou uma pessoa hipertensa, fui para o hospital, me mediquei”, afirmou uma das vítimas.
Para aqueles que insistiram em pedir informações mais detalhadas, Marcelly respondeu com grosserias. Segundo a Polícia, a mulher apresenta perfil violento. Os agentes encontraram um vídeo no qual ela ameaça de morte o namorado, Lucas Francisco dos Santos, também integrante do grupo criminoso.
Marcelly ostenta uma vida de luxo nas redes sociais, com fotos em viagens e eventos sofisticados. A organização criminosa responderá pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, venda de produtos farmacêuticos prejudiciais, associação criminosa, exposição ao perigo da vida e crimes contra o consumidor.