Um esquema de venda de produtos falsos foi alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (20). Com rótulos com nomes de “Super Macho” e “DuroPau”, os produtos que prometiam tratamento para disfunção erétil eram comercializados por criminosos que fabricavam medicamentos falsos no Rio de Janeiro.
Segundo o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Pedro Bittencourt Brasil, falsos medicamentos para tratamento contra cegueira, catarata e surdez também eram oferecidos, além de diversos suplementos, como whey protein, creatina e vitaminas.
Segundo pessoas que denunciaram o esquema, o Ômega-3 vendido seria, na verdade, óleo de cozinha. “A perícia vai confirmar isso. Mas a denúncia é de que eles fabricavam as cápsulas e enchiam com óleo de cozinha, o que pode até prejudicar a saúde de quem consome”, disse o Brasil à CNN.
As investigações obtidas após denúncia de uma plataforma de venda de produtos on-line, que relataram atrasos de consumidores sobre a venda de suplementos falsificados.
Durante a operação da DRCPIM, com apoio de Delegacias Especializadas do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), nesta terça (20), foram cumpridos 13 mandatos de busca e apreensão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Cabo Frio e São Pedro D 'Aldeia, na Região dos Lagos e Parada de Lucas, na zona norte do Rio.
Durante as buscas, os agentes encontraram um galpão com toneladas de produtos de marcas famosas. Segundo as investigações, os infratores produzem materiais falsos de forma precária, sem nenhum cuidado com os procedimentos. Até caixas d'água foram utilizadas para fazer a mistura de material, sem obediência a nenhuma regra sanitária.
Num primeiro momento, segundo os policiais, os potes usados pelos criminosos eram reutilizados. Eles também falsificaram rótulos de produtos de marcas internacionais, algumas informações tinham em inglês, por exemplo, para dar mais substituição aos compradores.
Na ação da Polícia Civil, foram apreendidos maquinários, embalagens, rótulos e outros insumos para a produção de suplementos falsos. O conteúdo dos potes foi direcionado para a perícia.
Responsáveis pelo esquema estão na mira da Polícia
Um homem apontado como gerente da central de vendas online foi preso em flagrante nesta terça (20). A Polícia trabalha agora para provar o envolvimento de quatro sócios sem esquema e pedir a prisão deles. Segundo as investigações, o ex-policial militar Elifrancis de Oliveira Viana, de 44 anos, e o filho dele, Fabrício Eduardo Eustáquio Viana, de 18 anos, foram identificados como os responsáveis pela falsificação dos produtos.
Já os outros dois sócios, que seriam jovens por volta de 20 anos, trabalharam, segundo as investigações, na divulgação do material. Segundo a Polícia Civil, um deles afirmava ter um faturamento anual em torno de R$ 20 milhões e até ofereceu pela internet um curso para ensinar como alavancar vendas online.
Para dificultar o trabalho dos investigadores, a organização criminosa recrutava investidores, pessoas físicas para que abrissem contas nessas plataformas de vendas na internet e vendessem utilizando sua conta bancária. Assim, os valores arrecadados seriam pulverizados e não chamariam a atenção.
Com os lucros obtidos ilegalmente, no entanto, os suspeitos abriram uma farmácia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, o estabelecimento, que estava em fase de montagem, seria utilizado para comercializar os produtos falsificados presencialmente. O local foi fechado durante a operação.
Já o dinheiro obtido com a venda dos produtos foi usado, segundo as investigações, para ostentar uma vida de luxo, com viagens e compras de carros e imóveis de alto padrão.
Os envolvidos na organização podem responder por associação criminosa e por crimes contra a saúde pública e contra o consumidor.
A Polícia Militar informou à CNN que o ex-policial ingressou na Corporação em janeiro de 2014, sendo licenciado em fevereiro de 2018.
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