
O desmatamento no Brasil acontece principalmente pela expansão da fronteira agrícola no país, mas existem outras causas que iniciaram para a devastação das matas, como a construção de estradas, hidrelétricas e a prática de mineração.
Esse processo desencadeia diversos impactos negativos para o meio ambiente, levando a um desequilíbrio da biodiversidade brasileira e à redução da cobertura vegetal no país.
Segundo a pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil perdeu 513 mil km² de área verde em duas décadas, o equivalente a 6% do território nacional.
Como iniciou o desmatamento no Brasil?
O início do desmatamento no Brasil é marcado pelo período de colonização do país pelos portugueses.
N / D Mata Atlânticapor exemplo, o processo de ocupação da sociedade na área litorânea do país resultou na redução de sua vegetação original.
Outro bioma que sofreu com o desmatamento causado pela ocupação foi o Cerrado. A chegada dos colonizadores na região no XVIII deu início a uma devastação, que foi intensificada com a expansão das atividades agrícolas e da pecuária no século XX.
Durante esse período, a Floresta Amazônica caiu preservada, mas os primeiros impactos do desflorestamento apareceram em 1970, quando a Rodovia Transamazônica foi construída.
Com o passar dos anos, esse bioma também começou a ser destruído para práticas agrícolas e criação de gado, além do desenvolvimento de garimpos ilegais.
Atualmente, o último estudo divulgado pela Global Forest Watch mostra que o Brasil lidera o ranking mundial de desmatamento florestal. De acordo com a organização, o país perdeu cerca de 1,5 milhão de hectares de bioma nativo em 2021.
Esse número é três vezes maior do que os índices da República do Congo, segunda colocada no ranking mundial com 500 mil hectares de desmatamento no mesmo ano.
Dados sobre o desmatamento no Brasil

Segundo dados da plataforma Terra Brasilis, do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais), a Amazônia Legal registrou registro de alertas de desmatamento no início de 2022: foram 941,34 km² no primeiro trimestre do ano, o maior índice desde 2016.
O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, divulgado pela MapBiomas em 2022mostra que a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga são os biomas com as maiores perdas no país.
Juntos, Amazônia, Cerrado e Caatinga responderam por 96,2% das perdas em 2021, seguidos pela Mata Atlântica que registraram 30.155 hectares desmatados no mesmo ano.
Confira a seguir dados sobre a perda das principais florestas brasileiras.
Desmatamento na Amazônia
A Amazônia tem a maior floresta tropical do mundo e é considerada a maior biodiversidade do planeta, mas tem enfrentado as consequências do desflorestamento nos últimos anos.
De agosto de 2021 a julho de 2022, o desmatamento na Amazônia ultrapassou 8,5 km², conforme apuração divulgada pelo Inpe. Esse é o terceiro maior registro da série histórica, iniciado em 2015.
Assista a notícia com mais informações sobre os dados no vídeo abaixo:
Desmatamento na Mata Atlântica
Em 2021, um Mata Atlântica teve 6,7 milhões de hectares desmatadossegundo informações coletadas pelo Sistema de Alertas de Desmatamento, o SAD.
A agropecuária aparece como a principal causa para o desflorestamento, representando 93,7% da perda de bioma durante o período.
Os dados foram divulgados pela CNN, assista a matéria na íntegra a seguir:
Desmatamento no Cerrado
O agronegócio também trouxe impactos para o Cerrado, que tem um dos maiores índices de desmatamento do país.
As plantações de soja ocupam 20 milhões de hectares do bioma, segundo divulgação da MapaBiomasque mapeou a região entre 1985 e 2021.
Como consequência, as bacias hidrográficas Tocantins-Araguaia e São Francisco, duas das principais bacias hidrográficas do Brasil, perderam mais de 56% do bioma entre agosto de 2020 e julho de 2021.
O registro foi divulgado em reportagem pela CNN, que destacou os impactos desses índices para a segurança hídrica do país. Confira a notícia na íntegra a seguir:
Quais são as principais causas do desmatamento no Brasil?
As principais causas do desmatamento das matas brasileiras estão relacionadas à ação humana, especialmente às atividades agropecuárias.
Além do processo de urbanização, o crescimento do agronegócio e de práticas ilegais agravam a situação do desflorestamento no país.
De acordo com o relatório Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, citada no início desta matéria, a área agrícola apresentou um crescimento de 50,1% durante as duas décadas avaliadas pelo monitoramento – entre 2000 e 2020.
Em relação às atividades ilegais, o Relatório Anual do MapBiomas mostrou que mais de 95% da área total desmatada não possui autorização de supressão de vegetação registrada para o local no SINAFLOR/IBAMA.
Grande parte dos casos está relacionada com a geração ilegal de madeira. Recentemente, também foi possível acompanhar o destaque dos casos de garimpos ilegaisque prejudicam o meio ambiente e a vida da população indígena presente nas regiões de exploração.
Estados que brasileiros lideram no índice de desmatamento
O desmatamento na Amazônia em 2021 foi o pior em 10 anosde acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os dados apontam que mais de 10 mil milhas de mata nativa foram destruídos em 2021– um crescimento de 29% em relação a 2020.
Entre janeiro e dezembro de 2021, foram destruídos 10.362 km² de mata nativa, o que equivale a metade do estado de Sergipe.
Na avaliação do período entre agosto de 2021 e julho de 2022, o valor estimado do desmatamento pelo Inpe foi de 11.568 km².
O estado do Pará, no norte do país, é a região com mais desmatamento da floresta. Em 2021, dos nove estados que compõem a amazônia legalapenas o Amapá não apresentou aumento do desmatamento em relação a 2020.
Além de superarem a devastação registrada no ano anterior, os estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins também tiveram as maiores áreas de floresta destruídas em 10 anos.
“Líder histórico, o Pará manteve a primeira colocação no ranking dos que mais desmatam, com 4.037 km² devastados, 39% do registrado em toda a Amazônia”, alerta o Imazon.
“No estado, houve aumento da derrubada da floresta tanto em áreas federais quanto estaduais. Além disso, mais da metade das 10 terras indígenas e das 10 unidades de conservação que mais desmataram em 2021 ficam em solo paraense”, informou o Instituto.
O Amazonas, segundo estado que mais desmatou em 2021, foi o que apresentou o maior crescimento na devastação em relação ao ano anterior.
“A destruição registrada em solo amazonense passou de 1.395 km² em 2020 para 2.071 km² em 2021, uma alta de 49%. No Amazonas, também houve aumento do desmatamento tanto em áreas federais quanto estaduais”.
Em seguida, Mato Grosso aparece como o terceiro estado que mais devastou a floresta Amazônica, foram 1.504 km² no período, 38% a mais do que no ano anterior.
Rondônia (1.290 km²) e Acre (889 km²) ocuparam a quarta e quinta colocação em área desmatada, mas o Acre foi o terceiro com o maior aumento em comparação com o ano anterior: 28%.
As consequências do desmatamento no Brasil

Os altos índices de desflorestamento têm impacto direto no equilíbrio ambiental do país e, consequentemente, no bem-estar e na saúde dos seres humanos.
As florestas exercem papel fundamental na harmonização climática, no combate à desertificação de solos, na preservação da fauna e da flora, bem como na reciclagem do gás carbônico.
Com o desmatamento dos biomas brasileirosé possível observar a destruição de habitats naturais dos animais e de importantes recursos naturais.
Dentre as principais consequências, podemos destacar:
Essas mudanças afetam para as condições ambientais do planeta como um todo.
Leis que regulamentam o desmatamento no Brasil
A principal lei de combate ao desmatamento no Brasil é a Lei 9.605/1998que determina punições para crimes ambientais e atos que podem gerar danos ao meio ambiente.
Segundo a legislação, o corte de árvores sem autorização, por exemplo, tem pena de multa e detenção, que pode variar de um a três anos.
Crimes de desmatamento e exploração econômica das florestas podem chegar a quatro anos de detenção.
Há também uma lei de proteção para a Mata Atlântica, que foi reconhecida como patrimônio nacional pela Constituição Federal de 1988.
A lei 11.428/2006conhecida como lei da Mata Atlântica, regulamentação esse reconhecimento, além de estabelecer incentivos financeiros para a restauração dos ecossistemas, proibir o desmatamento de florestas primárias e criar regras para a exploração econômica do bioma.
Quais são as perspectivas do governo para impedir o desmatamento no Brasil?
O desmatamento das florestas foi destaque entre as pautas das campanhas eleitorais em 2022 e o novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também apresentou suas considerações sobre o assunto.
Em seu discurso após o empossamento do cargo, Lula disse que a meta é alcançar o “desmatamento zero na Amazônia”.
Na ocasião, o presidente afirmou que “o Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua fronteira estratégica agrícola”.
Lula também destacou outras metas, como a busca por uma agropecuária e mineração mais motorizada por meio de uma transição energética e ecológica, bem como o estímulo ao reaproveitamento de pastagens degradadas.
A ex-senadora Marina Silva está à frente do Ministério do Meio Ambiente e deve liderar ações em busca desses objetivos ao longo dos próximos quatro anos de mandato.
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Resumo
Ao longo dessa matéria sobre o desmatamento das matas brasileiras, abordamos os seguintes recursos relacionados ao tema:
- quais as consequências do desmatamento florestal para o Brasil;
- como começaram e principais causas do desmatamento;
- leis que combatem a desflorestação no país;
- áreas mais impactadas pelo desmatamento;
- dados sobre o desflorestamento.
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