CNJ inicia mutirão para revisar prisões por porte de maconha com base na decisão do STF

CNJ inicia mutirão para revisar prisões por porte de maconha com base na decisão do STF

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deu início a um mutirão carcerário para revisar prisões que desrespeitaram os parâmetros estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho deste ano. A decisão do STF fixou em 40 gramas a quantidade de maconha que distingue porte para uso pessoal de tráfico. A revisão dos processos segue até fevereiro de 2025 e abrange casos que envolvem apenas posse da substância, sem provas que indiquem tráfico, como balanças ou embalagens.

A iniciativa, organizada pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e pelo Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, conta com o apoio da Defensoria Pública. Sob a liderança do ministro Roberto Barroso, presidente do CNJ, o mutirão visa revisar 496.765 processos em conjunto com 30 tribunais. Além dos casos de porte de maconha, o esforço se estende a situações contempladas pelo indulto de Natal e a prisões preventivas superiores a um ano.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também participa do movimento. Segundo a ministra Daniela Teixeira, o objetivo é acelerar julgamentos que envolvem apenas porte de maconha. A determinação do STF reconhece repercussão geral, estabelecendo um marco para processos semelhantes.

Ao todo, o mutirão abrange:

  1. Casos do Decreto nº 11.846/2023, que concedeu indulto para crimes sem violência ou ameaça;
  2. Prisões preventivas superiores a um ano;
  3. Processos de execução penal sem pena restante ou prescrita.

Desdobramentos da Decisão do STF

Em agosto, o STF decidiu descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal, fixando 40 gramas ou seis plantas fêmeas como limite. A decisão implica sanções administrativas, mas não penais. Contudo, ainda é possível que portadores de menores quantidades sejam considerados traficantes, dependendo de circunstâncias adicionais.

O CNJ coordenará um levantamento em colaboração com outros órgãos para garantir a aplicação da decisão.

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