parecia um conto da riquíssima literatura peruana quando um professor de escolinha rural, Pedro Castillochegou ao poder.
eleito presidente do Peru longe das elites tradicionais peruanas, com um programa político tirado dos velhos manuais das revoltas populares latino americanas.
Com seu sombrero campesino e segurando uma Bíblia, ele jurou realizar o sonho de toda essa literatura, a emancipação popular – senão uma revolução, ao mesmo tempo consertando as fraturas de um país profundamente dividido e polarizado.
Castillo foi um desastre de proporções dramáticas. Em menos de ano e meio tinha nomeado e destituído cinco ministérios, rompeu com antigos e novos aliados, jamais conseguiu criar qualquer base estável num Congresso no qual não tinha a maioria. E meteu-se em escândalos de corrupção.
Mesmo ao redor do primeiro camponês a ser presidente do Peru, pouca gente acreditava que Castillo era uma vítima de uma raiva conservadora.
Ele foi vítima da própria incapacidade política, que culminou numa tosca tentativa de golpe de estado.
A trajetória de Castillo o qualifica a virar personagem de uma dessas famosas novelas peruanas. Mas não chegou a sensibilizar um de seus escritores mais destacados, Mario Vargas Llosa. Castillo é simplesmente um analfabeto, fuzilou Llosa.
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