32124080383 4816321a24 K E1690469130873.jpg

Caso Marielle: “Suel” nega acusações de Élcio de Queiroz

A Justiça do Rio de Janeiro ouviu nesta sexta-feira (1), o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa. Ele foi acusado pelo ex-PM Élcio de Queiroz, em delação premiada, de monitorar a rotina da vereadora Marielle Franco, de ter participado do assassinato dela e do motorista Anderson Gomes e de fraudar provas do crime.

Durante o depoimento, o ex-bombeiro negou ter monitorado as movimentações de Marielle, dias antes do crime, assim como de ter alterado as placas do veículo usado durante a execução.

“Maxwell foi interrogado, falou tudo que ele podia falar, contestou todas as acusações que não têm provas. Delação tem que ter provas” – afirmou a defesa da acusada, Fabíola Garcia.

Na audiência, a advogada do ex-bombeiro reiterou o pedido de atendimento entre seu cliente e Élcio de Queiroz e a transferência de Maxwell do presídio federal em Brasília para um presídio estadual no Rio de Janeiro, sob a alegação de que sua família reside no estado fluminense .

O juiz da 4ª Vara Criminal da Capital Gustavo Kalil determinou uma expedição de carta precatória para que Élcio se manifestasse se concordasse com a acareação. Também há prazo de 10 dias para que a defesa de Maxwell informe se insistir no pedido de cuidado e que apresente os pontos que consideram divergentes entre o conteúdo da delação de Élcio e a versão do ex-bombeiro.

Sobre o pedido de transferência, o Ministério Público se manifesta contrário ao argumento de que o ex-bombeiro é membro de uma organização criminosa e por ser de alta periculosidade pode interferir no andamento das investigações caso esteja no Rio de Janeiro. A Justiça vai analisar a solicitação.

Além de “Suel”, outros dois ex-policiais militares são acusados ​​de participação na morte da vereadora e do motorista. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados ​​de serem os executores, aguardam, presos na penitenciária federal de segurança máxima a data do julgamento.

VÍDEO – Linha do tempo sobre o assassinato de Marielle Franco

Ele havia sido preso em junho de 2020 numa operação que investiga o crime e cumpriu prisão domiciliar. Na ocasião, a polícia apreendeu com Maxwell um BMW modelo X6, avaliado em R$ 170 mil. Seu salário na corporação era de cerca de R$ 6 mil.

Quem são Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa

Maxwell Corrêa é a terceira pessoa a ser detida por suspeitas de envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson. Em março de 2019, um ano após o crime, os ex-policiais militares Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos acusados ​​de dirigir o veículo usado na noite do crime e efetuaram os disparos contra as vítimas, respectivamente.

À época do crime, em 14 de março de 2018, Élcio de Queiroz encontrei-se em situação financeira complicada, prestando serviço como vigilante patrimonial.

Ele foi expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2016 e é acusado de ter prorrogado o Chevrolet Cobalto prata que emparelhou junto ao carro onde estavam Anderson, Marielle e a assessora Fernanda Chaves.

Às vésperas do crime completou um ano, ele foi preso junto a Ronnie Lessa durante a Operação Lume, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e pelo Ministério Público do estado.

Em 2011, Queiroz chegou a ser preso na Operação Guilhotina, da PF, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos.

Em outubro de 2020, Queiroz foi condenado a cinco anos de prisão em regime fechado por porta e posse ilegal de armas. Contudo, como ele já foi detido no âmbito do Caso Marielle, não saiu da cadeia.

Por sua vez, Ronnie Lessa é sargento reformado da PM do Rio e figura conhecida na corporação. É acusado de ter relações com esquemas de contravenção e com milicianos.

Lessa é suspeita de ter cometido os três disparos de uma submetralhadora HK MP5 contra o carro onde as vítimas foram encontradas. Ele foi contratado pela PM após sofrer um atentado a bomba, que resultou na amputação de uma de suas pernas e que teria sido provocado por uma briga entre facções criminosas.

FOTOS: Caso Marielle

Fonte

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *