A ex-jornalista de TV Yekaterina Duntsova foi impedida de concorrer contra o presidente Vladimir Putin nas eleições presidenciais de março por causa de “erros” em seu pedido de registro como candidatura, informou seu canal de campanha no Telegram.
A medida ocorreu apenas três dias depois de Duntsova, de 40 anos, ter solicitado à comissão eleitoral o registo como candidatura. Ela planejou concorrer com a bandeira de acabar com a guerra na Ucrânia e libertar prisioneiros políticos.
O vídeo de uma reunião da comissão eleitoral central mostrou os membros votando por unanimidade para rejeitar a candidatura. A chefe da comissão, Ella Pamfilova, ofereceu palavras de consolo a Duntsova.
“Você é uma jovem, tem tudo pela frente. Qualquer sinal negativo sempre pode ser transformado em um sinal positivo. Qualquer experiência ainda é uma experiência”, destacou Pamfilova.
Capturas de tela postadas pelo canal de campanha de Duntsova mostraram documentos que a comissão destacou como faltando assinaturas adequadas.
O fato será aproveitado pelos críticos de Putin como prova de que ninguém com opiniões genuínas da oposição será autorizado a se opor às primeiras eleições presidenciais desde que ele lançou a guerra na Ucrânia. Os opositores entendem isso como um processo falso, com apenas um resultado possível.
O Kremlin afirma que Putin vencerá, porque tem apoio genuíno de toda a sociedade, com índices que chegariam à marca de 80%.
Quando Duntsova disse no mês passado que queria concorrer, os comentaristas descreveram como louca, estimulante ou parte de um plano elaborado pelo Kremlin para criar a aparência de competição.
“Qualquer pessoa é que esse esse passo ficaria com medo – mas o medo não deve vencer”, apontou ela à Reuters em entrevista em novembro.
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