O Banco de Compensações Internacionais (BIS) revelou seu prioridades estratégicas para 2024, com especial ênfase nas Moedas Digitais do Banco Central (CBDCs) e na tokenização.
O roteiro para 2024 aponta para uma continuação do envolvimento do órgão de fiscalização com as tecnologias financeiras digitais. O BIS assumiu uma postura fortemente pró-CBDC e publicou um quadro abrangente para países que desejam criar suas próprias moedas digitais localizadas.
Explorando a tokenização
Um dos empreendimentos mais ambiciosos da agenda do BIS para 2024 é o Projeto Promissa, que visa revolucionar os instrumentos financeiros através da digitalização de notas promissórias utilizando a tecnologia blockchain.
As notas promissórias ainda são baseadas em papel, apesar do seu papel integral no sistema financeiro. Segundo o regulador, a sua digitalização poderá aumentar significativamente a eficiência e a transparência nas transações financeiras.
O Projeto Promissa é um empreendimento colaborativo entre o BIS, o Banco Nacional Suíço e o Banco Mundial. A fase de prova de conceito do projeto está prevista para ser concluída no início de 2025.
Projeto Aurum
Complementando os esforços de tokenização está o Projeto Aurum, uma iniciativa conjunta com a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), que completou a sua fase inicial de testes-piloto em 2022.
O Projeto Aurum se concentrará na privacidade em pagamentos de varejo usando CBDCs. Após a sua fase inicial em 2022, o projeto pretende aprofundar as questões de privacidade relacionadas com CBDCs.
A exploração da privacidade do CBDC pelo Projeto Aurum é crucial, considerando o crescente interesse global em moedas digitais e a necessidade de transações privadas e seguras. O projeto alinha-se com a estratégia mais ampla do órgão de fiscalização, destacando a importância crescente dos CBDCs na remodelação do setor financeiro.
A agenda do BIS para 2024 inclui quatro outros projetos: Projeto Leap, Projeto Symbiosis, Projeto Hertha e Projeto NGFS Data Directory 2.0. Estes projetos abrangem a cibersegurança, as finanças verdes e a criminalidade financeira. Esta abordagem diversificada indica o amplo envolvimento do BIS com vários aspectos da tecnologia financeira.
Historicamente, o BIS tem mantido uma abordagem prudente em relação às moedas digitais, com foco particular nas implicações das stablecoins. No final de 2023, Agustín Carstens, gerente geral do BIS, destacou a importância dos bancos centrais na inovação da moeda digital, com um foco em CBDCs.