O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve, na última quarta-feira (8), a taxa Selic em 13,75% aa, como se esperava.
No comunicado que sucedeu à reunião, o Copom, porém, deu um claro recado de que, a depender de como os gastos públicos com a PEC se desenrolarem, um novo aperto inspirador pode acontecer, ou os juros permanecerem no patamar elevado por mais tempo.
Em análises da quarta-feira, foi quase unanimidade que a redução da Selic, esperada para meados do ano que vem, deve ser deixada em segundo plano. Com o país em um nível de endividamento alto, a tendência é de mais favorável, o que pode forçar o BC a reiniciar o ciclo de altas da taxa de juros, mantendo a economia resfriada por mais tempo.
A PEC do Estouro — aprovada ontem no plenário do Senado — está avançando a passos largos, de forma a atestar governabilidade ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, ao mesmo tempo, reforça as preocupações quanto à dívida pública.
Embora a espinha dorsal do texto tenha sido reduzida de R$ 175 bilhões para R$ 145 bilhões, o dispositivo que prevê recursos para investimentos diante de uma arrecadação extraordinária, como a de 2022, foi mantida em R$ 23 bilhões — um “penduricalho” que pode complicar as contas do país.
Apresentado por Thais Herédia e Priscila Yazbek, o Dinheiro da CNN apresenta um balanço dos assuntos do noticiário que influenciam os mercados, as finanças e os rumores da sociedade e das dinâmicas de poder no Brasil e no mundo.
*Publicado por Tamara Nassif
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