Sistema foi criado para tornar transparentes os gastos com a produção de energia elétrica no país e ajudar o consumidor a gerir melhor seu consumo
Devido ao seu grande potencial hídrico, o Brasil é praticamente movido pela energia hidrelétrica. Mais de 60% de toda a energia gerada vêm desta fonte. São mais de 80 milhões de megawatts/hora de energia limpa e renovável gerada todos os anos – energia capaz de abastecer todo o mundo por um dia.
Embora mais sustentáveis, as usinas hidrelétricas são totalmente dependentes dos ciclos das águas. É comum que, em meses de menos chuvas, os reservatórios fiquem mais secos. O fenômeno acaba encarecendo os custos de produção de energia, que, por conta da menor vazão e disponibilidade de água, precisa ser reforçado por outras fontes geradoras de energia, geralmente mais caras, como as térmicas.
O que é a bandeira tarifária de energia?
Para compensar esse gasto maior, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, criou em 2015 as chamadas bandeiras tarifárias. Elas foram uma maneira encontrada de sinalizar aos consumidores os custos reais de geração de energia, para que assim pudessem adequar ao seu consumo.
Este sistema é composto por 5 bandeiras: verde, amarelo, vermelho 1, vermelho 2 e, excepcionalmente em 2021, foi utilizada a bandeira de escassez hídrica. Tirando a bandeira verde, que sinaliza condições hidrológicas ótimas e nenhum acréscimo na conta, todas as outras bandeiras cobram um valor adicional sobre a quantidade de kWh consumidos.
Os acréscimos de cada tarifa são:
- Bandeira amarela: acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
- Bandeira vermelha – patamar 1: acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos.
- Bandeira vermelha – patamar 2: acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.
- Bandeira Tarifária de Escassez Hídrica: acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
Mês a mês, o Operador Nacional do Sistema Elétrico faz uma previsão sobre a variação dos custos. Com base nos dados levantados, estipula-se uma bandeira a ser aplicada. A consequente sinalização para os usuários sugere uma mudança no consumo, a fim de que participem efetivamente na gestão deste recurso, principalmente na economia, quando necessária.
Como gastar menos e ajudar o meio ambiente
A economia de energia, neste caso, segue também uma economia de recursos hídricos. Muito embora o final de 2024 tenha sido favorecido por um grande volume de chuvas, o que possibilitou a saída da bandeira amarela para a verde, é importante que os consumidores se conscientizem da necessidade de economia mesmo em épocas favoráveis.
A economia dos recursos é fundamental para uma vida mais sustentável e para a saúde do planeta. Hábitos simples como desligar aparelhos que não estão em uso, ou então racionar o uso de equipamentos como o chuveiro elétrico, grande vilão da conta de luz, ajudam bastante. No mais, substituir as lâmpadas comuns por lâmpadas de LED, preferir equipamentos mais econômicos e aproveitar ao máximo a luz natural são ótimas atitudes, inclusive para o bolso.