Mark Zuckerberg, CEO da Meta, acusou o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, de tentar censurar certos conteúdos relacionados à Covid-19 em 2021, quando o democrata substituiu a Casa Branca.
A declaração surgiu há pouco mais de dois meses das eleições nos Estados Unidos, levantando questões sobre possíveis motivações políticas.
Segundo o analista de Internacional Lourival Sant’Anna, Zuckerberg está tentando equilibrar sua posição e imagem política.
“Veja que em 2020 ele fez doações de US$ 589 milhões para organizações que facilitam o voto, ajudando as pessoas que têm mais dificuldade de votar”, explica Sant’Anna, acrescentando que os republicanos interpretaram isso como uma ajuda à eleição de Joe Biden .
Pressão política e mudança de postura
Em junho de 2021, o presidente Biden criticou as redes sociais, incluindo o Facebook, afirmando que a desinformação estava “matando pessoas” no contexto da pandemia.
A Meta, então, cedeu alguns pedidos do governo para remover mensagens contra o uso de vacinas.
Agora, pressionados pelo republicano Jim Jordan, presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Zuckerberg parece estar cedendo à critério dos republicanos.
Esta mudança de postura pode ser vista como uma tentativa de distanciar-se da imagem liberal associada ao Vale do Silício e à Califórnia.
Transformação de imagem pessoal
Além das questões políticas, Zuckerberg tem buscado transformar sua imagem pessoal.
O CEO, conhecido por sua persona de “nerd”, tem aparecido em público em situações mais descontraídas, como surfando e assistindo às lutas do UFC, numa tentativa de se mostrar mais acessível ao público em geral.
No entanto, os críticos questionam a postura da empresa em relação à moderação de conteúdo.
A decisão de reconsiderar a remoção de informações potencialmente falsas sobre a Covid-19 levanta preocupações sobre a responsabilidade das plataformas de mídia social em momentos de crise de saúde pública.